Feliz Assalto!

Dando continuidade na avaliação da safra dos "filmes de Natal" de 2025 (quantos e quais você vai assistir), embarquei despretensiosamente (e tem outro jeito de encarar esses filmes?) em uma sessão de Feliz Assalto! da Netflix. A comédia romântica, apesar dos inevitáveis clichès, consegue surpreender e divertir. Faltou apenas emocionar como a premissa promete. 

Sophia (Olivia Holt de Manto e Adaga e Cruel Summer) cresceu nos Estados Unidos, mas voltou com a mãe Britânica para Londres, para que a matriarca possa usufruir do sistema de saúde público (viva o SUS!) enquanto enfrenta uma doença grave. Vivendo entre turnos extras em uma loja de departamentos, como atendente em um bar, e em visitas ao hospital, ela luta para equilibrar as contas, que inclui dívidas médicas estadunidenses. Mesmo assim, a moça cheia de lábias, truques e que até comete pequenos furtos, recusa a proposta de Nick (Connor Swindells, de Barbie) de roubar a loja em que trabalha. 

É quando a condição da mãe se complica e exige uma urgência que o sitema público não é capaz de suprir, que a moça muda de ideia. A partir daí, a dupla precisa usar suas habilidades e criatividade para lapidar o patrimônio do detestável magnata Maxwell Sterling (Peter Serafinowicz). É claro, que no processo a dupla se conhece melhor, troca confidências e constrói um relacionamento que eventualmente se tornará um romance. 

É na premissa de colocar os mocinhos do lado errado da lei, que Feliz Assalto! surpreende. Bebendo da fonte de filmes de assaltos, para que a dupla crie seus esquemas. Divertindo com os planos mirabolantes, e assumidamente clichês do sub-gênero de roubos. E até trazendo uma reviravolta, que apesar de extremamente previsível, eu não pesquei. 

Já no quesito emoção o filme não surpreende muito. Constrói direitinho as motivações de cada um, para que seus crimes sejam mais que justificados. Assim como deixa claro a vilania da vítima, para que nunca tenhamos pena dele. Mas enquanto é satisfatório ver um milhonário do mal ser prejudicado. No lado sentimental o roteiro não engaja muito. 

Compreendemos e empatizamos com a luta de Sophia para salvar a mãe. E, também, com a injustiça feita por Nick. Mas suas vitórias não emocionam tanto quanto poderia. Provavelmente pela forma mais rasa que este sub-gênero tende a tratar temas mais sérios. 

O romance também consquista pouco. Holt é carismática e nos conquista com facilidade, mas Swindells não acompanha. Entregando um casal sem química, cujo romance soa burocrático. Uma mera obrigação do roteiro que nos faz perguntar: não poderia um "romance de Natal" ser apenas sobre uma amizade genuína?

Feliz Assalto! não arranca lágrimas com seus dilemas sentimentais. Mas diverte e até empolga na proposta de assalto do bem. E isso é suficiente para a suprir as promessas de um "filme de Natal". O de trazer uma obra simples, leve e familiar, para curtir nas folgas das festas. Não é excepional, mas diverte o suficiente para justificar a sessão. 

Feliz Assalto! (Jingle Bell Heist)
2025 - EUA/Reino Unido - 96min
Comédia Romantica

Leia também a crítica de Um Natal Ex-pecial 

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