Quando anunciaram Truque de Mestre: O 3° Ato, quase dez anos depois do segundo filme (que é de 2016), imediatamente pensei, "que bom, essa franquia é muito bacana!". Afirmação e sentimentos completamente alheios as críticas que eu mesma teci sobre cada um dos longas anteriores. Isso porquê, assim como um bom truque de mágica, as aventuras dos mágicos com complexo de Robin Hood são eficientes em nos divertir o suficiente para que relevemos, e até esqueçamos suas falhas. E o grande truque aqui é conseguir repetir esta fórmula novamente. Agora também com nostalgia adicionada à conta.
Os Quatro Cavaleiros estão aposentados, e separados, desde seu último truque. Mas um grupo de jovens mágicos anônimos os trazem de volta com ilusões. O que atrai Atlas (Jesse Eisenberg) e um novo chamado de "O Olho". A nova missão consiste em roubar o maior diamante do mundo para desmascarar uma organização que financia os piores crimes da humanidade há décadas, e é comandada por Veronika Vanderberg (Rosamund Pike).
É claro que tal missão aos poucos traz todos os Cavaleiros de volta, reunindo veteranos e a nova geração, para um reencontro nostágico e uma passagem de bastão simultânea. Assim, além de Atlas, retornam ao placo o mentor Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Jack Wilder (Dave Franco) e Henley Reeves (Isla Fisher). Esta última que não participou do filme anterior por estar focada na família, e cuja personagem retorna com a mesma explicação para sua ausência. E somos apresentados à Bosco (Dominic Sessa), Charlie (Justice Smith) e June (Ariana Greenblatt).
Entre correrias, escapadas, exibições de truques, a nova equipe trabalha suas relações clichès e artificiais já esperadas pela franquia. Em especial a personalidade controladora de Atlas que afastou os outros, e agora entra em embate com o lider dos jovens Bosco. E uma espécie de idolatria, misturada com rivalidade competitiva, entre os jovens e os veteranos. Contrapondo também antigos truques, mais analógicos, e os altamente tecnológicos recursos da nova geração. Contando muito superficialmente a história da mágica de palco como um todo. Tudo com muito bom humor afinal, ainda é uma aventura de assalto.
Enquanto a mitologia em torno da "sociedade dos mágicos" fica ainda mais gradiosa, exagerada e confusa. Agora eles lutaram até contra Hitler! Mas tudo bem, pois estamos aqui pelo reencontro do elenco (muito mais que dos personagens) e por espetáculos de mágica. Os mais grandiosos e absurdos possíveis!
E o roteiro de Truque de Mestre: O 3° Ato desafia a suspensão de descrença nos quesitos truques de mágica e reviravoltas. Que somados à grandiosas cenas de ação disfarçadas de grandes escapadas, faz paralelo com apenas uma outra franquia atual, Velozes e Furiosos. Em ambos os casos, o elenco/equipe cresce a cada novo capítulo. Assim como os exageros e os absurdos, que só são aceitáveis, porquê nós estamos dispostos a embarcar na maluquice, e nos apegamos aos personagens.
A diferença é que Truque de Mestre tem um elenco mais renomado (todos claramente se divertindo em cena). E como ainda está no terceiro filme, ainda está longe de desgastar sua fórmula. Eu acho. Além disso, os objetos e recursos usados por mágicos redem boas sequencias de luta e ação, como a sala de perspectiva forçada e a o labirinto de espelhos. O mesmo não se pode dizer sobre os letreiros com ilusões que indicam os lugares em que a história está (sim, outra semelhaça com as aventuras de Toreto, eles rodam o mundo). Assim como o título em inglês, nem sempre os vêmos. Foi uma péssima escolha.
Já o elenco, tranz bons atores vivendo papéis simples. Sejam os veteranos já acostumados com os personagens, ou os novatos vivendo tropos conhecidos, o nerd, a garota descolada. Embora um dos jovens traga uma satisfatória (e inevitavelmente absurda) surpresa no final.
O ponto fraco é a sempre eficiente Rosamund Pike, que aqui erra mão ao focar em um péssimo sotaque indefinido. Atrapalhando tanto sua atuação, quanto nossa compreensão da história de sua personagem. Afinal, qual a nacionalidade dela?
Os truques trazem muito CGI, e tecnologias inexistentes. Mas assim como na franquia da corrida de carros, já superamos isso. Não importa o quão improvável, ou até impossível, estamos lá para ser enganados, e se possível nos divertir no processo.
Truque de Mestre: O 3° Ato faz exatamente o que promete te entreter ao ponto de desviar sua atenção para absurdos e inconsistencias de roteiro. Tal qual um bom truque de placo Uma conversa pós sessão inevitavelmente vai deixar essas falhas amostras, mas à essa altura você já se divertiu com o filme. E é essa sensação que vai perdurar. Então, está tudo bem!Truque de Mestre: O 3° Ato (Now You See Me: Now You Don't)
2025 - EUA - 112min
Aventura, Ação
Leia as críticas de Truque de Mestre e Truque de Mestre: O Segundo Ato





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