F1 - O Filme

Admito, à exceção de um breve período na infância, na época em que o Brasil parava para ver Ayrton Senna, nunca fui muito fã de Fórmula 1. De fato, acredito ser um esporte exclusivo, elitista, arriscado e que desperdiça recursos. O que não significa que não seja empolgante, e capaz de render boas histórias. A questão é F1 - O Filme, seria uma delas?

Sonny Hayes (Brad Pitt) é um ex-piloto de F1, que teve a carreira interrompida por acidentes e más escolhas. Um talento em fim de carreira, ele está sobrevivendo em outras categorias de corrida, quando o antigo parceiro de equipe Ruben Cervantes (Javier Bardem) o convoca para ser piloto de sua escuderia, em risco de ser vendida se não ganhar nenhuma corrida na temporada. 

Apesar de certa hesitação inicial, Hayes aceita o desafio, trazendo para equipe seus métodos nada ortodoxos para avançar no campeonato. E com isso batendo de frente com muitos, em especial o outro piloto da escuderia o jovem e impetuoso Joshua Pearce (Damson Idris).

A partir daí acompanhamos uma trajetória bastante tradicional de redenção de um ídolo caído.  O protagonista precisa lidar com opiniões divergentes, a própria insegurança, desconfiança e perseguição de terceiros, antes de finalmente alcançar o podium. Não, não é spoiler, a trajetória é óbvia para qualquer um que já tenha assistido alguns filmes na vida. 

Em paralelo a jornada do veterano, também acompanhamos a jornada do novato. Pearce precisa dominar seu talento, e entender que no esporte esforço e trabalho em equipe é tão, ou mais importante que a "habilidade nata". Uma terceira trama corre por fora, envolvendo sabotagem, e que será o ponto de virada definitivo para a superação do protagonista. Nada muito surpreendente ou inovador, mas eficiente. Mesmo porque, a história não é o grande atrativo do filme.

Escrito e dirigido por Joseph Kosinski de Top Gun: Maverick, a promessa de F1, é trazer para as pistas o mesmo tipo de espetáculo de ação, que o encontrado no filme estrelado por Tom Cruise. Não se espante aliás, se perceber que o papel de Hayes parece muito mais moldado para Cruise que para Pitt. Embora este ultimo entregue um bom trabalho como protagonista. 

Gravado em meio ao campeonato real, inclusive com participações de nomes reais do esporte, é nas competições que o filme entrega o que realmente promete. Um espetáculo visual que nos coloca nos carros junto com os pilotos, e nos boxes junto com a equipe. Em suma, onde a ação realmente acontece. Enfrentando os empecilhos, superando as dificuldades, torcendo, lamentando e comemorando junto com os personagens. 

Além é claro, da ação da corrida em si. Sequencias de corridas, com direito a perigo, ultrapassagens, panes e acidentes, extremamente bem coordenados e montados. Kosinski sabe conduzir a adrenalina e emoção nessas sequencias com maestria. Envolvendo até quem não é fã do esporte, como esta blogueira que vos escreve. 

Além de Pitt, Bardem e Idris, também estão em cena Kerry Condon, Tobias Menzies, Sarah Niles e grande elenco. Todos eficientes, embora nenhum deles tenha grandes desafios com os personagens simples, e previsíveis que a trama lhes oferece. 

F1 - O Filme é bem previsível em sua narrativa. Mas tudo bem, esse é um dos raros momentos em que a história pode sim ficar segundo plano, pois o espetáculo aqui é a velocidade. E nesse aspecto o filme entrega exatamente o que promete, envolvimento e adrenalina suficientes para suas duas horas e meia de projeção correrem tão rápido quanto os carros do esporte.

F1 - O Filme (F1)
2025 - EUA - 155min
Ação, Drama

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