Chefes de Estado

Talvez o Prime Video esteja secretamente criando um multiverso de chefes de estado que partem para ação. Depois de G20 que traz Viola Davis como presidente estadunidense, agora é a vez de Chefes de Estado colocar Idris Elba e John Cena como governantes que precisam lutar para cumprir bem seu papel. Brincadeiras à parte, os dois filmes não tem nenhuma relação de verdade, mas compartilham muitas características, boas e ruins. 

Idris Elba é Sam Clarke, primeiro ministro britânico veterano cuja popularidade está em queda. John Cena é Will Derringer, ex astro de Hollywood, recém eleito na política, e cheio de fãs mundo à fora. Repare que desta vez, estou ressaltando mais os interpretes que os personagens. Isso porquê a dinâmica entre os interpretes é uma das motivações da existência desse filme, que busca audiência na repetição da parceria que os atores tiveram em O Esquadrão Suicida

Dito isso, a trama coloca os dois governantes na tarefa de salvar o mundo de uma conspiração, que pretende acabar com a OTAN, colocando os países membros uns contra os outros. A dupla sobrevive secretamente à um atentado enquanto estão no Air Force One. E precisam, incógnitos e com os assassinos na sua cola, descobrir quem está por trás da sabotagem. 

A partir daí o filme segue colocando os protagonista em uma série de problemas que precisam resolver. Hora encontrando inimigos, hora encontrando aliados, entre eles Noel Bisset (Priyanka Chopra Jonas), que tem uma relação amorosa indefinida com Sam. Afinal, o romance estereotipado e raso é uma das obrigatoriedades de filmes do tipo. Assim como articulações políticas absurdas e improváveis (observando o mundo em 2025, talvez nem tanto).

E esses são os trechos mais fracos da produção. Sempre que tenta se aprofundar na política, texto e trama soam didáticos e infantis. Quando resolve explorar o romance, traz diálogos piegas, perde ritmo, e não consegue construir a mesma química de quando os personagens estão em ação juntos. 

Mas não se prenda ao roteiro, o próprio filme não o faz. Uma vez que é tudo pretexto para criar inúmeras cenas de ação, cada vez maiores e mais explosivas. Felizmente essas são extremamente ágeis, bem conduzidas e divertidas. Algumas inclusive extremamente criativas. Sempre mantendo um tom de comédia, com algumas piadas que funcionam melhores que outras. Os resumos para contar o que os personagens faziam enquanto não os víamos, excelentes! Os trocadilhos de Noel, nem tanto. 

Com essas características, já é de se imaginar, que Elba, Cena e Priyanka, não tem muito espaço para oferecer atuações mais interessantes que o clichê. O que piora ainda mais quando observamos o excelente elenco de apoio, completamente caricato e acessório. Carla Gugino, Paddy Considine e Jack Quaid não encontram desafio nenhum. Ao menos este último parece estar se divertindo bastante.

Chefes de Estado não é um grande filme de ação, tão pouco de comédia. É um filme formulaico, que emula obras criativas de verdade. Mesmo assim oferece exatamente o que se propõe, formar catálogo e entreter o expectador por um par de horas. Não é realmente bom, mas ao menos é divertido!

Chefes de Estado (Heads of State)
2025 - EUA - 116min
Ação, Comédia


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