Certa vez alguém me disse que, se o presidente dos Estados Unidos é negro, ou mulher em um blockbuster estadunidense, certamente a treta será apocalíptica. Imagina a expectativa então quando o Prime Video lança um filme, onde o cargo é ocupado por ninguém menos que Viola Davis.
Em G20, Viola vive a presidente Danielle Sutton, que está prestes a apresentar uma super benevolente proposta para ajudar países mais pobres na Cúpula do G20. Sim, aquele mesmo, que existe no mundo real. E no filme, tem palco na Cidade do Cabo, África do Sul. O problema surge quando todos os líderes estão reunidos, e o terrorista veterano de guerra Rutledge (Antony Starr), aproveita para tomar todos de refém de uma só vez. E com isso, reorganizar o mercado financeiro mundial. Cabe à presidente dos EUA, que também é uma veterana de guerra, salvar a si mesma, sua família, os líderes, e o mundo, claro.
Provando que ser mulher preta é mais complicado até quando se ocupa o maior cargo de sua nação. Outros presidentes tinham Channing Tattum ou Gerard Butller para resgatá-los, mas a presidente Sutton precisa fazer tudo praticamente sozinha. O que é bem improvável de acontecer, e ainda menos provável de acreditarmos sem questionar, mas, por ser Viola, aceitamos embarcar sem muita resistência. Além disso, se abrimos esse tipo de concessão, para blockbusters semelhantes estrelados por homens, porque não o faríamos aqui.
Assim, acompanhamos o plano mirabolante do vilão e as escapadas e feitos impressionantes da protagonista, com a mesma suspensão de descrença. O que é esperado pelo roteiro que não se poupa de usar conveniências, e coincidências quando necessário. Artifício que normalmente critico, mas é esperado nesse tipo de ação exagerada e descompromissada.
Então sim, G20 é raso, absurdo, cheio de mentiras, mas extremamente divertido. Exatamente o que se propôs a ser. Aqueles que reclamarem, exigindo mais "conteúdo", ou não compreenderam a proposta. Ou sofrem do excesso de exigências, vem vem a reboque do preconceito. Não se permitindo se divertir da mesma forma que fizeram com dezenas de obras semelhantes protagonizadas por homens brancos, apenas porque, agora é uma mulher negra. De quem sempre é exigida a obrigatoriedade a excelência, mesmo quando a vontade é apena "chutar bundas de vilões".
G20
2025 - EUA - 108min
Ação
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