Apesar de todo streaming arriscar alguns títulos, a Netflix é inegavelmente a rainha da temporada de filmes bobos de Natal. Inicialmente estrelado por atores anônimos, agora com ex-estrelas infanto juvenis das mais diversas idades. Já passaram por essas obras, Vanessa Hudgens e Lindsay Lohan e agora é a vez da eterna patricinha de Beverly Hills Alicia Silverstone estrelar seu romance açucarado natalino.
Kate (Alicia Silverstone) abriu mão de sua carreira dos sonhos para se mudar para a pequena cidade natal de Everett (Oliver Hudson). Onde teve bons anos criando os filhos, sendo ecológicamente correta a um nível irritante e cultivando tradições. Agora, recém separada e prestes a assinar os papéis do dovórcio, seu último natal em família antes de buscar uma nova vida vira um caos, quano e o ex traz sua nova namorada Tess (Jameela Jamil) para as festas.
O cronograma impecável é quebrado, e tradições trocadas por "atividades mais legais", a protagonista começa se sentir obsoleta e deixada de lado. Enquanto lida com os ciúmes de sua substituta, com o medo de perder os filhos, as inseguranças da idade, e os sentimentos que ainda tem pelo marido, ela ainda tem que encontrar uma forma de dizer que quer se mudar e vender a casa da família.
Trapalhadas aos montes e situações constrangedoras, que incluem um inadequado jovem namorado gato, povoam o roteiro de Um Natal Ex-pecial. Mesmo assim, o filme consegue ser surpreendentemente realista em relação aos sentimentos da protagonista. Uma mulher que dedicou a vida aos outros, e quando começa a pensar em si, tem medo de ser criticada por se priorizar. O que inevitávelmente acontece. Quantas "donas de casa" não vivem presas nesse dilema? Aliás o filme se centrar em uma mulher madura, e não em jovens idealistas padrão, é uma boa mudança.
É claro, por ser uma comédia romantica de natal, a forma como ela lida com esses temas é exagerada, absurda e o final é feliz. Mas não deixa de ser um tema atual e realista. Especialmente quando a família, cada um com seus afazeres a chama de egoísta por não querer mais viver à disposição deles. Um momento de enraivecer qualquer ser humano com o mínimo de senso.
O cenário é aquele bem conhecido de romances natalinos cidadezinha do interior, com belas casas, decorações de natal perfeitas, neve. Uma atmosfera estranhamente familiar e aconchegante pro público brasilerio, que nunca vive um natal desses, mas passou a vida consumindo-os em filmes.
Comédia romântica
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