A nova série animada da Marvel (anunciada como minissérie, mas isso sempre pode mudar), é muito diferente da proposta de What if... . Eu diria até completamente oposta. Enquanto a primeira é uma antologia desconectada da linha do tempo oficial que reimagina personagens e histórias desse universo. Olhos de Wakanda é uma semi-antologia que se encaixa perfeitamente na mitologia criada para os filmes do Pantera Negra. Com histórias isoladas, mas que criam um interessante quebra-cabeças.
Em apenas quatro episódios, a animação mostra a evolução da civilização através de seus Cães de Guerra. Os soldados encarregados das missões fora de Wakanda, e únicos autorizados à sair do reino. - Aliás essa proibição de conhecer o mundo, em prol da segurança do povo é um tema interessante a se explorar. Seria o país uma prisão não intencional para seus cidadãos comuns? - Mas a série não é sobre quem fica, mas de quem sai. E de como essas missões interferem na história de sua civilizações ao longo dos séculos.
Sim, séculos! Aliás milênios! A primeira história se passa em 1260 antes de cristo. Acompanhando Noni (voz de Winnie Harlow), primeira Dora Milaje enviada em uma missão exterior. Que também é a primeira grande operação de resgate de tecnologia wakandana mundo à fora. Artefatos levados por um ex cão de guerra, auto nomeado Leão (Cress Williams) que os usa para adquirir poder.
Ouso dizer este primeiro é o mais fraco dos quatro episódios. Sem situar bem a aventura históricamente, e povoada por personagens novos. Não consgue apresentar devidamente, e consequentemente criar nossa conexão com os personagens nos seus quase trinta minutos de duração. Não chega a ser ruim, mas não empolga. A parte boa, é que apartir daí a série só faz melhorar.
O segundo episódio surpreende nos levado à Guerra de Troia. Aquela mesma, Helena, Cavalo de Madeira e o cara do calcanhar. Aquiles (Adam Michael Gold) é um personagem chave na jornada de Memnon (Larry Herron), cuja missão é recuperar um artefato em meio a batalha mais famosa entre gregos e troianos. Esse também é o único episódio que debate os sacrifícios e efeitos dessas missões prolongadas na vida dos cães de guerra.
Por fim, o quarto e último episódio é aquele que conecta todos os outros. Ao mostrar como a missão de um veterano (Steve Toussaint), e um principe (Zeke Alton) em treinamento para se tornar cão de guerra, durante aPrimeira Guerra Ítalo-Etíope, pode interferir no futuro da nação. Trazendo viagem no tempo, e fazendo conexão direta com o primeiro filme do Pantera Negra. Conexão que nem era tão necessária, mas faz tudo ficar mais satisfatório.
O maior problema de Olhos de Wakanda é que se trata de uma série limitada. Uma vez entendida sua proposta de mostrar missões wakandanas através dos séculos, impossível não ter vontade de ver suas interações com o mundo em todas as épocas. Em outras palavras, ela deixa o conhecido "gostinho de quero mais".
O traço é forte e marcante, com estilo e cores evocando tanto a ancestralidade desse povo, quanto o seu afro-futurismo mesmo nas histórias em um passando distânte. Reforçando que Wakanda sempre esteve à frente dos demais povos. Sempre foa a nação do futuro. Aliás esse é o grande tema da série, não deixar sua tecnologia à avançada cair em mãos erradas.
Olhos de Wakanda tem quatro episódios com cerca de trinta minutos cada, todos já disponíveis no Disney+!
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