Exterritorial

 Regida por algoritmos, já é sabido que a Netflix é uma plataforma de altos e baixos. Muita coisa descartável, uma avalanche de obras medianas e também grandes acertos, se não em qualidade, em audiência. Exterritorial filme alemão que acaba de chegar, está na categoria de boas surpresas. 

Ex-militar e mãe solo, Sara Wulf (Jeanne Goursaud) tem problemas de stress pós-traumático. Quando uma oportunidade de emprego nos Estados Unidos surge, a alemã não hesita em abraçar a possibilidade de mudar de vida. E de apresentar ao filho a família do pai estadunidense morto em uma missão da qual ela fora a única sobrevivente. Após horas de espera no consulado americano para conseguir o visto, o pequeno Josh (Rickson Guy da Silva) desaparece. E como o consulado não é território alemão, ela precisa lutar sozinha para reencontrar o filho. 

Um desaparecimento, uma conspiração, um ambiente incomum e uma protagonista determinada e habilidosa. Exterritorial traz uma fórmula há muito conhecida, porém eficiente quando o roteiro consegue oferecer características únicas em empasses próprios para a base já conhecida. E aqui o diferencial (ao menos para nós), já começa pela nacionalidade do filme. 

A produção alemã coloca os protocolos estadunidenses, que em outras produções do tipo estariam a favor do protagonista, como elementos de dificuldade. O ambiente do consulado de um país influente também oferece cenários diversos, e possibilidades próprias para as sequencias de luta, e principalmente fuga. Oscilando entre ambientes vazios, e áreas públicas com grande multidões. 

Restando apenas à protagonista conquistar nossa fidelidade, o que Jeanne Goursaud consegue com facilidade. Abraçando um estilo Sarah Connor, incluindo os olhares desconfiados de que talvez, tudo não passe de um delírio de uma personagem traumatizada. O questionamento da realidade em contraponto à determinação da mãe, nos mantém atentos, mesmo que o plano por trás disso seja mirabolante. E é! Mas, uma vez que estamos dispostos a comprar a luta da moça, fica fácil relevar absurdos, improbabilidades e facilitações típicas do gênero. Especialmente quando estas são em prol de boas sequencias de ação. 

As sequencias de luta e fuga, são o ponto alto do filme. Criativas e caprichadas, apostam em planos sequencias e no uso do elenco ao invés de dublês. Talvez não sejam novidade para fãs de franquias como Jason Bourne e Jonh Wick, mas certamente são divertidas de acompanhar. 

O elenco internacional, ainda conta com Dougray Scott, Kayode Akinyemi, Annabelle Mandeng e Lera Abova. Todos atendendo bem ao que seus personagens simplistas oferecem, e apenas isso. O destaque é mesmo para Goursaud, que tem potencial para se tornar uma estrela mundial de ação. Se a nacionalidade lhe permitir. 


Bem produzido, criativo com as possibilidades que sua premissa repetida oferece, Exterritorial é uma boa surpresa no catálogo da Netflix. Não inova, mas entretém sem subestimar o público, um fenômeno de audiência que merece a popularidade que ganhou. O filme se tornou número um no catálogo da plataforma logo após sua estreia. 

Exterritorial
2025 - Alemanha - 109min
Ação, Suspense

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