Bagagem de Risco

Quem também está na saga de encontrar filmes natalinos da Netflix que valham à pena? Nada contra as comédias românticas bobocas, que vem à calhar em uma tarde chuvosa, mas em alguns dias queremos algo diferente. Bagagem de Risco pode ser esse algo novo que procuramos de vez em quando. Não por ser extremamente inovador, não é! Mas, por se diferenciar do que a plataforma tem oferecido.

Ethan Kopek (Taron Egerton) é um agente de segurança de aeroporto estagnado na carreira, que resolve evoluir ao descobrir que a namorada Nora (Sofia Carson) espera um bebê. Como prêmio por sua iniciativa, ele é realocado para o raio-x, e lá, "como bônus" passa a ser chantageado por um viajante misterioso (Jason Bateman), que o obriga a deixar um pacote perigoso passar em um voo. O rapaz precisa usar todos os recursos que puder para tentar evitar uma tragédia no avião, sem colocar em risco a namorada, os colegas de trabalho e os passageiros de um aeroporto lotado em véspera de Natal.

Para quem tem bagagem com filmes de ação, Bagagem de Risco lembra muito produções do gênero que ocupavam os cinemas na década de 1990. Obras como Duro de Matar e Velocidade Máxima, onde a salvação de todos está nas mãos de um único herói solitário e improvável, em uma construção de tensão crescente, com um clímax empolgante. Taron Egerton ocupa bem o estereótipo antes ocupado por astros como Bruce Willis e Keano Reeves, e não tem dificuldades de conquistar nossa torcida. 

Assim como Jason Bateman, consegue quebrar sua figura mais conhecida por comédias, para oferecer uma ameaça substancial, que justifique a tensão que o filme procura. Sofia Carson, Dean Norris e Sinqua Walls, também constroem uma comunidade em torno do mocinho, com a qual nos preocupamos. É apenas a detetive vivida por Danielle Deadwyler que parece deslocada, com sua investigação correndo por fora, e muitas vezes interrompendo a construção da tensão. 

Enquanto segue Kopek, o roteiro segue com uma ameaça urgente e crescente, desafiando o público à encontrar soluções junto com o protagonista. Quando muda o foco para a detetive, joga uma enxurrada de nomes e informações na tentativa de construir uma grande conspiração em torno do evento. Mas consegue apenas, inchar a narrativa, e confundir o espectador com informações que não são cruciais para acompanhar a ameaça em curso. 

Felizmente, essas incursões externas ocupam apenas uns 25% da narrativa. Retornando ao que realmente interessa, antes que o público perca totalmente o interesse. A ação no aeroporto, e o diretor Jaume Collet-Serra aproveita para explorar as instalações o máximo possível. Deixando de lado as já conhecidas areas de passageiros, para situar a história nos corredores, depósitos e áreas de carga, que a maioria de nós nunca visitou. O que oferece ambientes, situações e recursos diferentes para os embates entre mocinho e bandido.

Assim, o saldo de Bagagem de Risco é positivo. Um suspense cheio de energia, com boas cenas de ação. Um entretenimento descompromissado para quem gosta do gênero. E uma opção diferente para quem quer dar uma pausa dos filmes melosos, e ainda sim ficar no tema natalino. Não é surpreendente e original, mas diverte. As vezes é só isso que procuramos. 

Bagagem de Risco (Carry-On)
2024 - EUA - 119min
Ação, Suspense

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