Em uma cidadezinha assombrada por assassinatos em série, não solucionados, ocorridos décadas atrás, uma adolescente acidentalmente viaja no tempo. E assim, tem a oportunidade de evitar as mortes e quem sabe pegar o assassino. Essa sinopse poderia ser de Dezesseis Facadas, filme lançado em 2023 pelo Prime Vídeo. Mas, na verdade, é de Corte no Tempo, produção recém chegada à Netflix.
Ok, para ser justa, existem diferenças entre as produções. As relações entre a protagonista e os envolvidos no filme são diferentes, e principalmente década para onde a protagonista viaja é outra. Mas a premissa é sim a mesma, bem como a proposta de unir humor e slasher.
Lucy (Madison Bailey) nasceu depois dos assassinatos, como uma tentativa dos pais de uma das vítimas de seguir em frente. E por causa disso, se sentiu invisível por toda a vida, vivendo na sombra da irmã morta Summer (Antonia Gentry). Assim, quando percebe que pode evitar as mortes, ela se depara com outro dilema, se a irmã sobreviver, ela talvez nunca nasça. Não que a discussão seja extremamente aprofundada, ou traga grandes reviravoltas, mas ao menos, traz um desafio extra que o diferencie de seu filme irmão da concorrência.
Outro ponto de diferença é a época. Enquanto Dezesseis Facadas voltava para uma versão extremamente caricata dos anos 1980, Corte no Tempo volta para 2003, trazendo nostalgia para uma geração completamente diferente. Mas também perdendo um pouco no impacto entre eras, tecnologias e costumes, e consequentemente o potencial humorístico. O que é curioso, já que esta produção aposta mais na comédia que no slasher em si. Em outras palavras, são poucas as mortes.
O elenco jovem é eficiente, mas sem grandes destaques. Enquanto a presença dos adultos é quase figurativa. Além de Bailey e Gentry, também estão em cena Michael Shanks, Griffin Gluck, Megan Best, Samuel Braun e Rachael Crawford.
A direção de Hannah Macpherson também fica no lugar comum, entregando o básico para contar essa história. É o figurino que entrega um pouco mais ao contrastar a moda atual com as calças baixas e cintos enormes do início dos anos 2000, mas novamente é apenas um detalhe nostálgico.
Já a ficção cientifica é simples. Existe um laboratório cientifico, eles criaram uma máquina, que precisa de combustível, apenas para dificultar o retorno da protagonista. E é apenas isso! Os conceitos e consequências da viagem no tempo seguem cartilhas básicas e rasas, já que não são o foco, apenas uma ferramenta para a história acontecer.
Corte no Tempo perdeu a corrida contra seu "filme irmão", chegou com um ano de atraso. E também não o superou na categoria entretenimento. Nenhum deles é uma grande obra do gênero, e nem pretendem ser, mas Dezesseis Facadas acaba sendo mais divertido, por se levar menos à sério. No geral, as duas obras são boas "sessões pipoca" para passar o tempo!
Terror, Comédia
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