O quinto episódio do terceiro ano de The Witcher é a síntese dos problemas desta primeira parte da temporada da série da Netflix. Nele, acompanhamos os acontecimentos de um evento importante para os personagens em forma de flashbacks que alternam pontos de vista, supostamente acrescentando novos detalhes e interpretações a cada vez que é contado.
O problema é que os dois personagens que narram a história estão juntos por boa parte do tempo, e a forma como narram um ao outros esses momentos como se fossem novidade simplesmente não faz sentido. Para nós resta uma repetição cansativa e nada proveitosa. Repetição essa que se faz presente ao longo destes primeiros cinco episódios, dando a sensação de que a história está sendo esticada ao máximo. Uma estratégia coerente para uma plataforma que contabiliza números de horas assistidas.
Assim embarcamos na temporada logo após os eventos do ano anterior, com Geralt (Henry Cavill) e Yennifer (Anya Chalotra) compartilhando um objetivo, proteger e preparar Cirilla (Freya Allan) para seu importante destino. Que destino é esse? Nem os personagens parecem ter certeza. Rainha, maga, witcher, salvadoras dos elfos, portadora da paz no continente? Cada um tem uma agenda para a adolescente, ninguém explica completamente qual é, mas todos passam a temporada com a moça em mente.
Em mente, não em atos, já que as escolhas que os personagens tomam são confusas e geralmente não os levam a lugar nenhum. Os representantes dos muitos reinos em guerra, tentam lidar com uma política confusa, mas o statuos-quo se mantém não importa quantas voltas os muitos personagens dão em torno de si mesmos. Já a incoerência das ações dos protagonistas é ainda mais evidente.
Apesar de todo o discurso de proteção, não levam dois episódios até que o grupo se desfaça, e a protegida fique sozinha e em perigo. Enquanto seus tutores cumprem suas próprias agendas, eventualmente com um monstro ou grande embate mágico no caminho. As consequências disso? Nenhuma, logo o grupo se reúne novamente e tudo volta ao estado anterior. E a fórmula se repete ao longo das cinco horas de série.
A sensação de enrolação é inevitável. E temos a impressão de que a série sabe onde quer chegar, mas não como preencher a jornada até lá. E enquanto estamos entediados com a repetição, acabamos notando com mais rapidez, a diminuição do universo, com a limitação da história à cenários limitados e já familiares. Talvez uma escolha orçamentária, já que o departamento de figurino, maquiagem e principalmente cabelo parece ter sofrido cortes consideráveis. As perucas são visivelmente inferiores a temporadas anteriores.
É a promessa de evolução nos episódios finais, e o carisma do elenco e o apego a personagens conhecidos, que seguram o pouco de atenção que conseguimos dedicar a esta temporada. Henry Cavill, Freya Allan e Joey Batey, prendem nossa atenção mesmo quando não fazem muita coisa. Já Freya Allan sofre para manter nossa empatia, com uma adolescente reclamona e aborrecida, que Ciri se tornou nesta temporada.
Se dependesse apenas dos cinco primeiro episódios a temporada de despedida de Cavil em The Witcher seria no mínimo decepcionante. Repetitiva, confusa e sonolenta, esta primeira parte da temporada, não leva a história muito longe. Resta torcer para que a segunda parte do terceiro ano, esteja guardando o desenvolvimento que a série promete e merece. E mesmo que isso ocorra, o desequilíbrio entre as duas partes não passará despercebido.
A terceira temporada de The Witcher terá oito episódio, os três capítulos restantes serão lançados em 27 de Julho.
Leia a crítica da segunda temporada da série!
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