Seguindo com a batalha dos streamings as plataformas continuam usando todas as cartas que tem para atrair mais assinantes. O que significa explorar ao máximo toda e qualquer franquia bem sucedida à disposição. Assim, chega ao Disney+ A Lenda do Tesouro Perdido: No Limiar da História. Série derivada dos filmes estrelados por Nicolas Cage, mas que segue caminho próprio, e uma linguagem ainda mais "family friendly".
Jess Valenzuela (Lisette Alexis) é uma jovem filha de imigrantes vivendo com um DACA (visto temporário concedidos para filhos de imigrantes levados ainda na infância para os EUA), que esbarra nos valiosos pertences de um agente aposentado do FBI. Ao entrar em contato com Peter Sadusky (Harvey Keitel, trazendo de volta um dos poucos personagens do filme original), a moça é apresentada a uma grande caçada a um tesouro, que surpreendentemente, tem relação com a história de sua família e a perda de seu pai.
Curiosa e muito inteligente, é claro que a protagonista não demora muito para embarcar na busca pelo tesouro, ao lado de seus fiéis amigos Tasha, Owen e Ethan (Zuri Reed, Jordan Rodrigues e Antonio Cipriano). E mais tarde com a colaboração do neto de Sadusky, Liam (Jake Austin Walker). Do outro lado da disputa a caçadora de relíquias Billie (Catherine Zeta-Jones), com capangas, aparatos tecnológicos e dinheiro. O prêmio, um grande tesouro reunido e escondido dos colonizadores pelas civilizações Asteca, Maia e Inca, através de uma sociedade secreta feminina conhecida como Filhas da Serpente Emplumada. Para completar o quadro, é claro, uma agente do FBI (Lyndon Smith) novata e desacreditada, que está sempre muito atrás nas investigações, apesar das boas intenções.
A sinopse é comprida, mas uma coisa fica bem clara, a série não tem o menor receio de abusar de formulas e clichês do subgênero "aventura de caça ao tesouro". E esse é ao mesmo tempo o ponto fraco e forte do programa.
Muitas coincidências, pistas pra lá de criativas, tecnologia mágica, conexões e deduções tiradas da cartola, armadilhas antigas, personagens com conhecimentos improváveis, grandes distâncias percorridas com facilidade, escapadas incríveis, todos características desse estilo de filme que estão presentes em No Limiar da História. O que deve divertir amantes desse tipo de "sessão da tarde". Por mais conveniente e previsível que a trama pareça, há uma certa nostalgia atrelada à essa fórmula da qual esta franquia, e outras como Indiana Jones já se aproveitaram. O que deve agradar os mais velhos, e entreter os mais jovens, que provavelmente vão ter esse produto como referência.
Entretanto, aqueles que caírem no erro de criar grandes expectativas, esperar tramas surpreendentes e enigmas excepcionais vão se decepcionar. Digo cair no erro, pois a série deixa clara desde o princípio sua proposta, que é bem parecida com os filmes da franquia, só que mais estendida e ainda mais apelativa para os mais jovens. Se procura algo mais sofisticado, essa não é a série para você.
Outro ponto forte da produção é o elenco, que apesar de cumprir estereótipos bastante simples, parece estar empolgado e bem comprometido com seus personagens. Catherine Zeta-Jones e Lisette Alexis são os destaques. A veterana claramente se divertindo com sua vilã estilosa, enquanto a jovem protagonista consegue cativar a empatia do público com facilidade.
O ponto fraco da equipe fica por conta de Jake Austin Walker. O
interesse romântico da mocinha nunca nos convence das qualidades que o
roteiro atribui a ele, desde o ímpeto heroico, até seus dotes musicais.
Liam parece sempre aquém do esperado, e não se encaixa com o restante da
jovem equipe.
A participação especial de Justin Bartha é outra agradável conexão com os filmes. Assim como a trilha sonora empolgante, que nos leva de volta para o mundo estrelado por Cage, onde há tesouros e aventuras escondidas a cada esquina, toda vez que toca. Resgatando imediatamente o tom aventuresco, e as boas memórias de quem curte a franquia.
A Lenda do Tesouro Perdido: No Limiar da História aposta na nostalgia de um subgênero, e não necessariamente na franquia que o originou. Por isso, não reinventa a roda, mas ganha parte do público pela familiaridade. A outra parte, talvez venha pela aventura mesmo. Afinal, quanto tempo faz que produções como Indiana Jones não passam na Sessão da Tarde? A molecada precisa ser apresentada a este tipo de aventura de alguma forma!
Divertido e descompromissado, é um programa gostoso de assistir em família. E como todo bom produto, com possibilidade de sequencias. Felizmente, diferente do nosso, o mundo inaugurado por Ben Gates ainda tem muitos tesouros grandiosos perdidos por aí!
A primeira temporada de A Lenda do Tesouro Perdido: No Limiar da História tem dez episódios com cerca de uma hora cada. Todos já disponíveis no Disney+!
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