O Fantasma da Ópera - Projeto 1001

 Certamente você pensa imediatamente no musical quando ouve o nome O Fantasma da Ópera. Mas sabia que o romance é muito mais antigo? O original de Gaston Leroux  foi publicado entre 1909 e 1910, e desde então tem inspirado várias adaptações para os palcos e para a tela. A versão musical só surgiu nos anos de 1980, pelas mãos de Anfrew Lloyd Webber. Hoje vou falar da primeira adaptação pra a tela grande, o filme mudo de 1925!

Atenção à uma informação que pode alterar toda a sua experiência em relação a esta obra: O nome do Fantasma é Erick!!! Nada assustador né? Ao menos a maquiagem do personagem cuja deformidade facial se assemelha à uma caveira compensa. Afinal, este é um filme de terror! Mas estou me adiantando. Caso você tenha ficado preso em catacumbas de um teatro nos últimos anos, segue uma breve sinopse. 

O Fantasma da Ópera conta a história da obsessão entre o fantasma e uma corista, que ele pretende levar ao estrelato. Erick é um gênio, com aparência monstruosa que vive no subterrâneo da casa de ópera em Paris, tratando o teatro como seu e interferindo em seu funcionamento. Ele toma Christine como pupila, e pretende torná-la a prima dona do teatro. Quando a moça começa a mostrar interesse por outro pretendente ele a sequestra.

Sim a história é bem parecida com a versão mais conhecida, a musical. A diferença aqui, é que os personagens tem menos nuances. Ao invés de um anti-herói trágico, o fantasma, é o vilão mesmo, com passado criminoso e tudo. Detalhes revelados pelo detetive que o persegue há anos, outro personagem que não existe nas adaptações mais recentes. Maldade que garante ao personagem título um final trágico sem salvação.

Já Christine é muito menos tolerante com a aparência do protagonista, e até meio preconceituosa e interesseira para os olhares de hoje. Enquanto Raul está lá apenas para completar o triângulo. É a adaptação mais fiel da obra de Leroux.

A cenografia é grandiosa, grandes salões, palcos, cavalos no set, e até um cenário alagado para a tradicional cena do barco. E a atuação teatral que pra gente hoje em dia parece exagerada, é o melhor que se tinha na época. Especialmente Lon Chaney, que faz todo o trabalho debaixo da máscara, ou da maquiagem pesada do Fantasma. 

A versão original do filme se perdeu, o que temos hoje são cópias recuperadas e remasterizadas ao longo dos anos. A versão que consegui, tinha cenas colorizadas com filtros e até uma passagem inteira em tecnicolor. A cena do baile de máscaras, é colorida, repleta de figurantes, e ainda traz o protagonista trajando uma fantasia de A Morte Escarlate de Edgar Alan Poe.

Ainda com momentos assustadores, é bastante divertido, um marco da sua época, e uma curiosidade para a nossa. Certamente expande nossos horizontes sobre essa história de amor e obsessão trágicas para além do refrão.... the phanton of the opera is there, inside your mind!

O Fantasma da Ópera (The Phanton of the Opera)
Rupert Julian
1925  - EUA - 1h33min
Terror 

O Projeto 1001, é um desafio cinéfilo que está rolando aqui no blog e em meu TikTok. Nele eu tento assistir as produções listadas no livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer de Steven Jay Schneider. Sempre deixando minhas impressões, apontando detalhes e curiosidades.


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