Uma dupla de irmãos assaltantes à banco sequestram uma ambulância, durante a fuga de um assalto mal sucedido. Dentro do veículo um policial baleado e uma socorrista fria e determinada levemente parecida com a Meagan Fox. A perseguição se estende ao longo de um dia por toda Los Angeles, mobilizando dezenas de carros, vários helicópteros, além de um enorme contingente policial, e até outros bandidos.
Antes de tudo, a produção apresenta Will Sharp (Yahya Abdul-Mateen II) como um ex-fuzileiro, desesperado em conseguir dinheiro para pagar a cirurgia da esposa. Apenas para colocá-lo na posição de bom moço, e diferenciá-lo de seu irmão Danny (Jake Gyllenhaal). Este sim, um bandido de carreira que se aproveita da necessidade do irmão para levá-lo ao mal caminho. Já a socorrista Cam (Eiza Gonzáles), é determinada, eficiente, desconectada daqueles à sua volta, e vai continuar linda, mesmo cansada, suja e ferida. E isto, é o máximo que teremos da construção de personagens. Mas tudo bem, a proposta de ambulância nunca foi entregar jornadas elaboradas e personagens complexos. É sobre a tensão da perseguição.
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Tensão esta construida à base da ação frenética e ininterrupta, sem preocupação com coerência e ritmo do roteiro. À câmera nunca para, treme, corre, voa, gira, circula as cenas, enquanto a edição traz uma quantidade absurda de cortes, que torna as sequencias quase incompreensíveis em muitos momentos. Além é claro, dos já esperados tiroteios, batidas e explosões pipocando a todo tempo na tela. Se o espectador se mantém atento, e relativamente ansioso, não é necessariamente pela situação em cena, mas pela tentativa de acompanhar e compreender o que está vendo.
Enquanto isso, o roteiro parte da premissa interessante, ainda que simples, "uma fuga numa ambulância", mas se perde ao tentar encaixar todas as ideias de sequencias de ação que surgiram na sala de roteiristas. Assim, a coerência passa longe. Seja nas atitudes dos personagens, "não podemos deixar o policial ferido morrer, não matamos pessoas", diz o bom moço Will enquanto dirige destrambelhadamente passando por cima de tudo e todos, causando vários acidentes e mortes. Seja na forma como elementos simples são apresentados.
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Carros, trânsito, geografia da cidade, fones de ouvido, perseguições, corpo humano, presilhas de cabelo, aparentemente os roteiristas esqueceram como essas coisas funcionam. Basta observar como a ambulância passa por tudo e todos sem nenhum arranhão como se fosse um tanque de guerra. Ou ainda como em determinado momento, o veículo diminui a velocidade e as dezenas de carros polícia que os persegue também! Ao invés de fazer o lógico e cercar o veículo e encerrar a perseguição.
A polícia aliás é uma bagunça à parte. Cheia de ideias e escolhas questionáveis, é facilmente enganada, mesmo com recursos praticamente ilimitados. Sua função é apenas motivar a fuga, não necessariamente prender os bandidos. Ah, e claro, pronunciar muitas frases de efeito.
O elenco, que ainda traz Garret Dillahunt e Keir O'Donnell, não precisa se esforçar muito para entregar o que este roteiro pede. E este não pede grandes atuações, apenas caricaturas, o bom moço, o bandido, o chefe de polícia, a mocinha durona, etc.
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Ambulância - Um Dia de Crime, é o tipo de filme que vai agradar em cheio os amantes do estilo Michael Bay de fazer cinema. Onde o diretor usa da tecnologia mais cara (aqui os novos brinquedos parecem ser drones) para entregar uma produção frenética, descontrolada, que não se preocupa muito com a trama, mas entrega o máximo de ação possível. Aqui sem tanto CGI, já que os carros não viram robôs gigantes, mas com o mesmo estilo de entretenimento escapista que muita gente gosta.
Ambulância - Um Dia de Crime (Ambulance)
2022 - EUA - 136min
Ação
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