Nesta aventura, Nathan Drake (Tom Holland), ainda não é o famoso explorador (leia-se caçador de tesouro), que os gamers conhecem. Aqui ele é um jovem que ganha a vida como bartender e pequenos furtos, quando é convocado por Victor Sullivan (Mark Wahlberg) em uma missão para localizar "o maior tesouro ainda escondido da era das navegações", e quem sabe reencontrar um irmão a muito perdido. É claro, eles não são os únicos atrás do grande prêmio.
Visando a longevidade da franquia, Fora do Mapa, é assumidamente uma aventura anterior aos jogos. De fato, é a primeira aventura exploratória do protagonista, que ao longo da jornada vai se aproximando do Nathan Drake que os gamers conhecem. Logo a escolha de um ator mais jovem, extremamente carismático e com a carreira em alta, é a aposta mais segura. E Holland, atende às expectativas, construindo bem a personalidade do "bom malandro". Ele não está o tempo todo do lado certo da lei, mas tem bom coração, e humor afiado.
Wahlberg, deixa o protagonismo de lado, e cria uma curiosa relação mentor-aprendiz, com o protagonista. Uma vez que ambos estão no estereótipo do "ladrão com coração de ouro", e não confiam, nem são fiéis um ao outro o tempo todo.
Já Antônio Bandeiras e desperdiçado, com um vilão promissor, prematuramente descartado em prol da personagem Braddock (Tatti Grabielle). Esta por sua vez, não vai além do estereótipo da vilã determinada e um pouquinho insana. Outra personagem feminina bastante rasa, é Chloe Frazer (Sophia Ali), a parceira não confiável e "imprevisível" obrigatória desse tipo de aventura.
E por falar em "imprevisível" (assim mesmo, com muitas aspas), o longa tenta trazer um trama, cheia de mistérios, descobertas e reviravoltas. Seguindo de pista em pista, bebe de fontes bastante conhecidas como Indiana Jones e A Lenda do Tesouro perdido. Perdendo na originalidade e tornando-se bastante previsível. Além disso, diferente das aventuras estreladas por Ford e Cage, o roteiro falha, no processo de nos envolver na caçada.
Dar pistas e elementos para que o espectador desvende as pistas junto com os personagens, é essencial em uma aventura de caça ao tesouro. E considerando que esta é a adaptação de uma mídia cuja imersão é o ponto forte, a incapacidade de envolver o espectador, é duplamente preocupante. Em alguns momentos estamos à frente dos personagens, pela previsibilidade das pistas, em outros não conseguimos seguir pela escassez, ou falta de lógica delas.
E por falar em falta de lógica, aqueles que gostam de discutir o filme pós sessão, inevitavelmente vão encontrar furos e falhas difíceis de relevar. Um bom exemplo são as chaves criadas pela tripulação, que escondeu o tesouro, para proteger de si mesmos um mapa do tesouro! Porque precisariam de um mapa, se eles mesmos esconderam as relíquias? Ou ainda como pistas tão óbvias como botões de pedra, em pontos turísticos, nunca foram ativados acidentalmente em quinhentos anos?
Mas este é acima de tudo, uma filme de ação. E esta não deixa a desejar, se você gosta de sequencias grandiosas, que desafiam a lógica, a física, e a habilidade de atores e dublês. Entre sequencias memoráveis (sim, a do avião), e outras nem tanto (navios no ar? Já vi isso antes!), a ação bem coreografada, executada e frenética o suficiente para deixar empolgados os fãs do estilo.
Uncharted: Fora do Mapa, bebe muito de longas que vieram antes dele, perdendo um pouco no quesito originalidade. Mas entrega o básico de aventuras do gênero, boa dinâmica de personagens, um pouco de história e drama pessoal para criar empatia, e muita ação desenfreada. Além é claro, de ganchos para expansão da franquia confirmada na cena pós crédito. Ainda não é longa que vai revolucionar as adaptações de games para a tela grande, mas diverte e apresenta a aventura dos games à um novo público. Tem grandes chances de se tornar uma franquia lucrativa no futuro.
Uncharted: Fora do Mapa (Uncharted)
2022 - EUA - 116min
Aventura, Ação
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