Jennifer (Brenda Song) é atropelada em uma perseguição, e acorda sem memória em um hospital. Já em casa com seu marido Russel (Mike Vogel), ela tenta recuperar suas lembranças, enquanto percebe que há algo de errado nesta vida da qual ela não se lembra.
O roteiro do também diretor Peter Sullivan em parceria do Kraig Wenman, se desenvolve como se estivesse guardando um mistério do espectador. Entretanto, suas escolhas são as mais previsíveis e clichés possíveis. Da forma nada sutil em que foca nas ações do marido, até a maneira como apresenta aquele que pretende nos fazer acreditar que é o suspeito. Mesmo para aqueles que não viram trailer e a sinopse, a verdadeira ameaça fica clara logo nos primeiros minutos de streaming.
Enquanto isso cabe ao traumatizado detetive Frank Page (Dennis Haysbert) seguir por uma frágil investigação sobre o "acidente" da protagonista. É claro, em busca mais de redenção pessoal do que de fato solucionar o mistério. Uma vez revelada a ameça - para os personagens, o expectador já sabe - o roteiro segue para um suspense de fuga, recheado de previsibilidades e conveniências, que ajudam mocinhos ou bandidos de acordo com o que o roteiro precisa. Escapadas por um triz, quase fuga, e escolhas nada espertas estão entre as ações dos personagens.
As atuações também não ajudam. Brenda Song parece crer que balançar a cabeça repetidamente é a melhor forma de exprimir tanto confusão quanto medo. Haysbert não simplesmente, não convence, ao mostrar a perda que move seu personagem. Inclua aqui uma cena de choro solitário, que de tão artificial demora para compreendermos o que de fato o personagem está fazendo.
Já Mike Vogel age da forma mais suspeita possível. O cara perfeito demais para ser verdade, com expressões e atitudes estranhas. Curiosa é a atuação de Ashley Scott, ciente de estar num suspense, dá a enfermeira Masters expressões ambíguas, que em alguns momentos nos faz crer que a profissional de saúde está envolvida no mistério. Infelizmente como já sabemos a resposta, o efeito de suas escolhas cai no cômico, ao invés de gerar dúvida.
Fotografia, música e direção de arte ficam no lugar comum, assim como a direção. Peter Sullivan, entrega o que o roteiro pede e apenas isso, sem conferir personalidade ou estilo que ajude a produção entregar algo além do previsível.
Obsessão Secreta não guarda segredo algum. É mais uma das produções encomendadas para ampliar o catálogo da Netflix, e apenas isso. Um suspense frágil que não surpreende. Até entretém os menos exigentes por algumas horas, mas é esquecido assim que termina.
Obsessão Secreta (Secret Obsession)
2019 - USA - 97min
Suspense, Drama
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