
O jovem Simba (JD McCrary/Donald Glover) está destinado a ser rei, mas tem sua jornada interrompida por uma armadilha de seu ambicioso tio Scar (Chiwetel Ejiofor). O príncipe cresce exilado, aprende novas lições antes de estar apto a retomar seu lugar de direito.
Uma vez que a comparação é inevitável, vamos riscar logo este item da lista. A história é exatamente a mesma do clássico de 1994. Sem adições de personagens, ou grandes atualizações. A sequência inicial de The Circle of Life, inclusive, é uma recriação completamente fiel da animação. Essas recriações exatas de momentos icônicos estão presentes em toda a projeção, replicando posicionamento de câmeras, mise-en-scène e fotografia. Tornando difícil saber se se você está gostando da nova versão por seus próprios méritos, ou por nostalgia pelo original.
Julgar uma obra, usando outra como base é injusto. Entretanto, quando o novo trabalho bebe de forma exagerada da fonte anterior, ele próprio induz tal comparação. O argumento de ser uma versão criada para novas gerações não se justifica, já que muitas das imagens icônicas fazem parte do imaginário popular e dificilmente encontraremos alguém que não tenha esbarrado em alguma delas. A nova versão de O Rei Leão, ultrapassa o limite da homenagem nostálgica, e alcança a cópia em muitos momentos.


Se as expressões faciais são mais sutis devido ao realismo dos animais, cabe ao elenco de vozes deixar claro as nuances dos personagens. Tarefa que a maioria cumpre bem, com destaque para JD McCrary, que consegue conferir inocência e carisma à versão criança de Simba. Já sua em versão adulta Donald Glover, demora para encontrar o tom do personagem. Enquanto Beyoncé (Nala) brilha apenas nas sequencias musicais.
Outras boas escalações são as de Billy Eichner, Seth Rogen e John Oliver, respectivamente Timão, Pumba e Zazu. O trio fica com as maioria das falas totalmente originais, já que as piadas foram renovadas, e as entregam criando seu próprio estilo para os personagens. Vale ressaltar o retorno de James Ear Jones como a voz de Mufasa, e boas atuações de Alfre Woodard (Sarabi) e Chiwetel Ejiofor (Scar).
Todas as canções estão de volta, além de uma faixa inédita com produção de Beyoncé, Spirit. A versão nacional traz as vozes de Ícaro Silva e Iza, nas versões adultas dos protagonistas.
Bem executado, com boas atuações, uma tecnologia impressionante, e uma fidelidade gigantesca ao original, é difícil alguém desgostar do novo O Rei Leão. Afinal, é o mesmo filme que amamos em 1994, apresentado com uma nova forma de animação. Também é difícil não questionar a necessidade de sua existência. Seria a existência de uma tecnologia, motivação suficiente para mexer em um clássico? Se sim, uma cópia tão exata é o suficiente, ou algo de novo deve ser oferecida ao expectador?
Sejam quais forem as respostas O Rei Leão é no mínimo um interessante estudo de tecnologia. Pode inaugurar um novo momento na forma de se fazer animação. Não tem a mesma aura de fantasia que o original, mas funciona. E deve resultar caminhões de dinheiro para a Disney, e este provavelmente foi a maior motivação para a realização da produção.
O Rei Leão (The Lion King)
2019 - EUA - 118min
Animação, Aventura, Drama, Musical
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