
Não se engane por esta apresentação inicial. Os quadrinhos criados por Gerard Way (o ex-vocalista da banda My Chemical Romance) e pelo brasileiro Gabriel Bá, tem sim argumento semelhantes à tradicionais supre-grupos como os X-Men, mas é bem diferente na forma como entrega sua jornada. Esta família disfuncional, seu universo e dilemas próprios acabam de ganhar uma adaptação pela Netflix que deve surpreender muita gente.
É 2019 e a morte de seu pai e mentor, reúne os membros da Umbrella Academy após anos separados. Ou melhor, os membros que sobraram, Luther, o Número Um (Tom Hopper); Diego, o Número Dois (David Castañeda); Allison, Número Três (Emmy Raver-Lampman); Klaus, Número Quatro (Robert Sheehan) e Vanya, Número Sete (Ellen Page). O grupo começa a apresentar os dramas desta família quebrada, até que Número Cinco (Aidan Gallagher), que desapareceu ainda na infância ao tentar usar seus poderes para viajar no tempo retorna com a alarmante missão de impedir que o apocalipse aconteça em poucos dias.


O elenco bem selecionado é um ponto forte, todos entregam o trabalho a que lhes foi proposto de forma eficiente. O rosto mais conhecido em cena é o de Ellen Page, que dá vida à propositalmente apagada Vanya. A única dos sete irmãos que não tem poderes, a jovem cresceu isolada e desvalorizada pela família. Sua jornada é previsível, mas o bom trabalho de Page compensa a obviedade da jornada.
Os destaques ficam com os números Quatro e Cinco. Com o poder de invocar os mortos, Klaus vive à base de entorpecentes para silenciar as vozes em sua mente. Robert Sheehan consegue imprimir muito carisma, enquanto o personagem tenta fugir ou esconder seus tormentos e preocupações atrás das drogas e de um comportamento descompromissado e altamente debochado. Já o Número Cinco, é um homem de 58 anos preso em um corpo de 13. O jovem Aidan Gallegher consegue transmitir a urgência, experiência e impaciência de alguém que não tem tempo a perder com os receios da juventude.


A arquitetura da Mansão onde as crianças foram criadas, parece unir imóveis distintos através de buracos nas paredes que o conectam, oferecendo ambientes completamente diferentes. De uma área comum com um grande saguão que lembra um imaculado museu, apesar de ser habitado por sete crianças, até o "puxadinho" mal decorado onde ficam seus quartos, a mansão parece uma combinação mal planejada de coisas completamente diferentes, assim como seus moradores.
É apenas o final abrupto, cheio de questões a serem resolvidas em uma segunda temporada é que pode frustar alguns. Mas, é o comum em séries de TV, e ao menos promete uma continuação.

The Umbrella Academy tem 10 episódios, com cerca de uma hora cada, todos já disponíveis na Netflix.
Leia a crítica de The Umbrella Academy: Suíte do Apocalipse, primeira aventura do grupo nos quadrinhos.
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