Rampage: Destruição Total

Mais uma vez, o homem resolve brincar de deus com o único propósito de nos fornecer um filme pipoca despreocupado. Rampage: Destruição Total é o novo filme de ação estrelado por Dwayne Johnson, levemente inspirado no jogo de videogame homônimo.

A humanidade aprendeu como usar edição genética para erradicar doenças, mas não demorou muito para alguns visarem o lucro usando a tecnologia para criar armas. Mesmo com a prática proibida, um experimento genético perdido transforma animais comuns em híbridos gigantes quase indestrutíveis. O gorila Georgie, um dos animais afetados, tem uma forte relação de amizade com o primatologista Davis Okoye (Dwayne Johnson) que vai fazer de tudo para curar o amigo e salvar o mundo das outras bestas infectadas.

Logo nos primeiros minutos, o filme explica de forma eficiente e até crível (embora provavelmente cientificamente incorreta) a origem e efeitos da infecção nos bichos. Também não demora muito para estabelecer a posição de cada um de seus poucos profundos personagens. Okoye interage melhor com animais que com pessoas. Georgie é super inteligente e brincalhão.A Dra. Cadwell (Naomi Harris), tem assuntos pendentes com a empresa que produziu o patógeno. E esta é comandada pela gananciosa e sem escrúpulos Claire Wyden (Malin Åkerman), e seu submisso e covarde irmão (Jake Lacy). O Agente Russel (Jeffrey Dean Morgan), é um espirituoso engravatado do governo.

Com estas informações postas na mesa, a produção segue para cumprir o que se propôs, entregar uma diversão desenfreada e despreocupada e nisso até que se sai bem. A ação é compreensível, respeita a lógica daquele universo, e tem bons efeitos especiais. As sequências em que os animais aterrorizam uma cidade, são empolgantes e trazem animais em computação gráfica bastante realistas, mesmo com suas características impossíveis na vida real. Enquanto Johnson e seu grande carisma estão prontos a "salvar o mundo", independente do obstáculo.

Entretanto, a produção não escapa dos furos e soluções fracas, constantemente utilizadas pelos filmes do gênero. Basta pensar um pouco na trama, para questionar escolhas e ações dos personagens, ou mesmo descobrir o rumo que a história vai tomar. Nada que espante, quem gosta geste tipo de ação, onde mesmo baleado o mocinho é capaz de feitos incríveis, ou no qual os planos do vilão colocam ele mesmo em risco.

O elenco faz o melhor que pode com o que o roteiro permite. Enquanto Johnson se apoia em seu carisma, Åkerman parece estar se divertindo com sua vilã exagerada unidimensional. Já Jeffrey Dean Morgan faz uma versão menos vilanesca de Negan, trazendo o bom humor, trejeitos e forma de falar do vilão de The Walking Dead, mas sem os palavrões e a carnificina. Com carisma à altura de Johnson, Morgan poderia até roubar o filme, caso tivesse mais tempo de tela. O resultado é uma colaboração divertida entre a dupla.

Terceira trabalho do astro de ação com o diretor Brad Peyton, Rampage: Destruição Total traz o mesmo tom que as parcerias anteriores, Viagem 2: A Ilha Misteriosa (2012) e Terremoto: A Falha de San Andreas (2015). Ágil e leve, não se preocupa em ser mais que um divertimento descompromissado, e se consumido desta forma funciona. Se não é uma produção memorável, ao menos diverte por algumas horas.

Rampage: Destruição Total (Rampage)
2018 -EUA - 107min
Ação, Aventura

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