Sempre olhei para meus avós e outros de sua geração em pensei: que época incrível eles viveram! O século XX foi formado por uma sucessão de mudanças e evoluções, a que eles precisaram se adaptar. Nunca a humanidade mudara tão rápido em tão pouco tempo. É nesse rumo de adaptação e adirmação que segue a segunda temporada de The Crown, série da Netflix que retrata a vida da Rainha Elizabeth II.
No trono há cerca de uma década, as dúvidas quanto a maturidade e competência da jovem monarca vão ficando para trás neste segundo ano. Elizabeth (Claire Foy) agora precisa lidar com a impulsividade do marido, a insatisfação da irmã com as exigências em sua vida amorosa e o início da independência de várias colonias do império britânico. Tudo isso, lidando com a burocracia e responsabilidades de seu cargo.

E por falar em Philip, Matt Smith que já havia deixado a personalidade expansiva do 11º Doctor para trás na temporada anterior, agora aumenta as nuances de seu personagem. O ator acerta ao retratar as inquietações de um "espírito livre", condenado à viver preso à convenções e sempre um paço atrás da esposa em uma sociedade machista. Da inquietação contida, rebeldia, conflito e até conformidade forçada estão presentes no arco do consorte da rainha. As sequencias de sua complexa relação de casal, são as melhores da produção. Talvez porque sejam, nelas que Foy pode demonstrar o lado mais "passional" de Elizabeth.



The Crown mantém sua trajetória de abordar de forma realista e respeitosa algumas das figuras mais conhecidas e importantes do último século. E tendo uma mulher como protagonista, ainda sobra espaço para abordar seu empoderamento apesar das restrições da época e cargo (sim, uma rainha também tem limites!). Ritmo próprio, roteiro bem escrito, a série tem no elenco um de seus pontos mais fortes. É uma pena termos que nos despedir de Foy, Smith e Kirby na terceira temporada, que vai escalar atores mais velhos para os papéis.
The Crown tem duas temporadas, com 10 episódios cada, todos disponíveis na Netflix. O terceiro ano já foi confirmado, deverá abranger o período de 1957 a 1964 com Olivia Colman assumindo o manto de protagonista.
Leia a crítica da primeira temporada.
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