
Sabe aquele filme que você pega por acaso zapeando em uma tarde modorrenta qualquer? Claramente feito para a TV, com roteiro previsível e produção meia-boca, mas que mesmo assim você acaba assistindo. Seja pela familiaridade, porque ele exige pouco esforço para compreender, ou pela certeza do final feliz, você embarca naquela história bobinha, termina a sessão feliz, e até um pouquinho envergonhado por ter se entretido com algo tão banal. Pois então, assim são Cartão de Natal e O Príncipe do Natal, filmes com temática natalina lançados neste fim de ano pela Netflix.
Cartão de Natal
História típica de uma pessoa abastada, que precisa aprender a dar valor ao que realmente é importante na vida, e recebe esta lição quase como um milagre de Natal. O "Scrooge da vez" é a herdeira baladeira Ellen Langford (Eliza Taylor, da série The 100), que para provar para o pai que é capaz de comandar os negócios da família aceita o desafio de uma cumprir uma tarefa simples: entregar uma encomenda em mãos na pequena cidade natal da família, anonimamente e sem privilégios, apenas com suas passagens e cem dólares.
É claro, que ao chegar lá a tarefa é mais complicada que apenas deixar um pacote. A moça fica presa na cidadezinha por algum tempo, conhece as pessoas, aprende a se importar com elas, adquire novas habilidades, ajuda o próximo e até descola um pretendente. Tudo em menos de uma semana, e a tempo de receber um presente do Papai Noel! Andie MacDowell é o rosto familiar do elenco.
Cartão de Natal (Christmas Inheritance)
EUA - 2017 - Romance
104min
O próximo longa chamou atenção devido à uma polêmica criada pela própria Netflix que fez uma piada infeliz em seu twitter sobre a frequência com que seus assinantes assistiram ao filme.
"Para as 53 pessoas que assistiram O Príncipe do Natal diariamente nos últimos 18 dias; quem machucou vocês?"To the 53 people who've watched A Christmas Prince every day for the past 18 days: Who hurt you?— Netflix "Mariah Carey's Merriest Christmas" US (@netflix) 11 de dezembro de 2017
A polêmica ficou por conta do mau uso das estatísticas geradas pelos hábitos dos usuários, que mesmo anônimos se sentiram ofendidos com a piada. Mas vamos ao filme:
O Príncipe do Natal
Amber (Rose McIver de IZombie), é uma revisora em uma revista esperando a grande chance de se tornar uma "jornalista de verdade". A oportunidade surge quando uma pauta em pleno natal é renegada pelos tais "jornalistas de verdade", e a moça é mandada para cobrir a coroação de um jovem príncipe instável (Ben Lamb) que dá sinais de querer rejeitar a coroa. Desesperada para alavancar a carreira a moça se infiltra no palácio, para descobrir os podres da realeza.
Em seu período entre a família real, que aparentemente não checa as referências de seus funcionários, começa a rever seus objetivos. Faz amizade com princesinha (Honor Kneafsey), que apesar de ser a pessoa mais inteligente em cena não está na linha de sucessão por ser mulher (Oi? Ainda nessa Neflix?), chama atenção, e posteriormente recebe admiração, de quase todos por ser diferente, e constrói um relacionamento com o príncipe que "surpreendentemente" não é quem aparenta ser. E depois ela estraga tudo, antes do final feliz, é claro!
O Príncipe do Natal (A Christmas Prince)
EUA - 2017 - 92min
Romance
A crítica para ambos filmes seria bastante parecida e já foi descrita no segundo parágrafo deste texto. A única diferença fica por conta de algumas belas locações e alguns minutos à menos de projeção que tornam o O Príncipe do Natal mais agradável que Cartão de Natal.
Os produções originais de natal da Netflix não são exatamente bons filmes. Mas acho que o estilo meloso e piegas seja proposital. Afinal quem nunca passou uma tarde preguiçosa no sofá, digerindo a comilança das festas de fim de ano, enquanto assistia à um filme destes do qual nem lembramos o nome que atire a primeira rabanada.
O Príncipe do Natal e Cartão de Natal são parecem pensados exatamente para o que entregam. Filmes extremamente fáceis de digerir no pós ceia. Você não vai lembrar deles depois das festas, mas ao menos são mais interessantes (mas não muito) que a lareira virtual.
Postar um comentário