Alien: Covenant

Covenant é uma nave colonizadora que partiu da Terra para criar um novo lar em Origae-6. E, se você leu o resto do título, já deve imaginar o que eles devem encontrar em sua jornada para um novo lar. Esta é interrompida por um evento cósmico, que obriga o androide Walter (Michael Fassbender) à acordar os 17 membros da tripulação do sono criogênico, sete anos antes do fim da viagem. Convenientemente, nesse momento eles encontram uma alternativa mais rápida melhor à vida humana, e muito mais próxima que o destino original. Além da tripulação, centenas de colonos, embriões e ferramentas esperam por um novo lar.

É claro, como bons personagem de filme de terror, a tripulação escolhe, sem muitas objeções, trocar o certo, pelo duvidoso porém mais atraente. Convenhamos, não se desce em um planeta qualquer, sem antes se fazer um reconhecimento extenso, de sua atmosfera, plantas, micro organismos e fauna. Foco na fauna.

É aliais nesse planeta que encontramos as ligações com Prometeus. A trama de Covenant se passa dez anos após o polêmico filme de 2012, duas décadas antes de Alien, o Oitavo Passageiro. Ridley Scott retorna à sua própria jornada de mostrar as "origens" do universo de Alien, mas desta vez focado em apontar como o xenomorfo chegou à sua forma icônica. Para descontentamento de quem esperou pelas respostas das questões levantadas no longa anterior.


Enquanto Prometeus arriscou um novo caminho e deixou opiniões divididas (e muitas dúvidas), Covenant faz exatamente o oposto e praticamente repete a fórmula do longa de 1979 com Sigurney Weaver. Infelizmente, sem o frescor, originalidade e coragem do original, já que se entrega à megalomania Hollywoodiana atual de "quanto mais melhor". Vale lembrar, só foi preciso um passageiro clandestino para aterrorizar uma geração.

Assim temos uma tripulação que escolhe ir alegremente para a ameaça, para nós óbvia. Uma protagonista que só assume seu posto oficialmente lá pela metade do filme, embora novamente os expectadores já saibam quem ela é - tá no poster, ué! - E claro, uma tripulação montada especialmente para morrer, ao longo do filme, bem no estilo resta um. Inclua aí, personalidades inexistentes, o capitão, o negro, o cara de chapéu de cowboy. E a previsibilidade das mortes: se afastou do grupo? É o próximo; agiu como idiota? É o próximo; achou que está seguro? É o próximo; tá namorando? É o próximo, e por aí vai...

Um claro desperdício de elenco, especialmente Katherine Waterston (de Animais Fantásticos e Onde Habitam), que por mais que se esforce não consegue tirar Daniels do status de sub-Ripley. Apenas Fassbender, tem dilemas mais complexos para trabalhar, e entrega o que o roteiro propõe: uma discussão não muito profunda da relação entre criador e criatura.

Alien: Covenant é menos controverso, e mais acessível que seu antecessor. Parece sim se encaminhar ao encontro da mitologia criada em 1979. A fórmula é batida sim, mas funciona como entretenimento. Fãs do gênero provavelmente sairão com a sensação de um bem feito "mais do mesmo". Já, não iniciados e expectadores menos exigentes, vão tomar um susto ou outro e até dar algumas rizadas - no bom sentido, eu juro!

Alien: Covenant
2017 - EUA, Reino Unido - 122min
Ficção científica, Terror, Ação

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