The Walking Dead terminou sua sexta temporada com um polêmico e muito longo gancho que causou muita discussão e "mimimi", mas que no geral foi perdoado pelos expectadores já que o retorno da sétima temporada prometia. Aliás, fez isso em outro episódio de estreia que causou comoção, violento, corajoso e cheio de promessas de uma temporada como nunca vimos antes. Prometia muito, até demais. E todos sabemos, prometer não é cumprir, certo?
Ocean's Side, dois episódios que podiam ser condensados! |
E a série de zumbis não entregou o que prometeu, além de trazer a velha instabilidade já conhecida dos fãs. E a escolha em trabalhar os núcleos separadamente é um dos principais motivos desta oscilação de qualidade narrativa. Já que alguns personagens têm mais potencial e são melhor trabalhados que outros.
Entretanto, a primeira metade desta temporada, apesar de trazer esta oscilação apresentou bons momentos. Ao escolher dar tempo aos personagens para trabalhar o luto e preparar o terreno para o passo seguinte (leia com mais detalhes aqui). Passo que demoraram muito a dar, e aí que mora o problema!
A segunda metade da temporada começa com essa promessa de tomar uma atitude, que o grupo até toma, mas nós demoramos demais para ver. A série dedica episódios inteiros para personagens secundários, que sozinhos nem sempre conseguem preencher uma hora de história. Estas distinções de núcleos obrigam a narrativa a estender histórias que não precisam de tanto tempo. Em outras, palavras enrolar. Além de nos deixar muito tempo à espera da resolução de muitas tramas. Passamos semanas sem ver o Rick por exemplo, e ele é o protagonista!
Enquanto perde tempo construindo personagens, que não precisam de tanto tempo The Walking Dead perde tempo e oportunidade de trabalhar outras figuras e situações de seu universo. Pouco pudemos ver de Ezekiel por exemplo. O Rei é um líder completamente diferente dos que vimos até agora, sua comunidade funciona – na medida do possível - e ele parece pronto para comandar, diferente da insegurança de Rick ou da loucura de Negan e do Governador.
Jesus e Maggie, literalmente esperando por suas cenas! |
E por falar no Negan, economizaram muito o vilão mega-super-ultra-anunciado e esperado. Ok, entendo que querem que suas aparições sejam impactantes, mas ele precisa ser uma ameaça mais presente. Além de que a atuação de Jeffrey Dean Morgan – claramente se divertindo – leva as cenas para outro nível, especialmente em seus embates com Andrew Lincoln sempre eficiente quando Rick exige. Outra promessa relacionada ao vilão deixada para o futuro é relacionamento com Carl apontado em um dos bons nos primeiros episódios deste ano e presente nos quadrinhos.
Se não houve tempo para trabalhar bem um dos líderes deste mundo e o grande vilão, e pouco vimos do protagonista eles deviam notar: há algo de errado aí. Enquanto isso, Eugene e Dwight tiveram bons desenvolvimentos difíceis de notar. Uma vez que seus momentos ou foram mal situados, no caso do tardio episódio de Eugene, ou muito espalhados ao longo da temporada em doses homeopáticas como a mudança de Dwight. Já a "homenagem aos falecidos" que funcionou bem na primeira metade deste ano, agora pareceu forçada e gratuita no último episódio.
O season finale, entregou algumas surpresas, embora haja um problema de equilíbrio (os flashbacks de Sacha e Abraham, poderiam ter sido apresentados mais cedo na temporada), e esteja bem a baixo do que sabemos que a série pode entregar. Este seria um ótimo episódio comum, como final de temporada é apenas “ok”.
Ao menos, desta vez dispensaram o polêmico gancho, prova de que aprenderam alguma coisa desde o último ano. Mas não se anime muito, a cada ano The Walking Dead se firma como uma série de altos e baixos, que talvez funcione bem em maratona via Netflix, mas semanalmente pode ser cansativa. O jeito é esperar que todo este trabalho de preparação resulte em uma oitava temporada mais equilibrada.
Acho que agora estamos prontos galera, guerra na Season 8!!! |
The Walking Dead é exibida no Brasil pela Fox e a 8ª temporada deve estrear em outubro deste ano.
P.S.: Por mais que seja legal ver a tigresa em ação, alguém me explica como ela sabe quem é do grupo do Negan e quem é aliado?
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