Isso mesmo, diferente da grande mídia, esta blogueira que vos escreve não vai demostrar menor interesse pelos paraolimpíadas. E já que reservei um momento para falar da primeira etapa deste ciclo olímpico, nada mais justo que também fazer uma pausa para falar da "parte 2".
Especialmente porque, diferente dos mais badalados Jogos Olímpicos, a então, menos visada competição com os para-atletas proporcionou para muita gente a possibilidade de vivenciar, o "espírito olímpico". Uma campanha massiva para vender os ingressos encalhados, e mais importante, preços mais acessíveis foram a solução para quem queria participar da festa, mas não tinha o orçamento à favor. Isto inclui esta blogueira que vos escreve.
Admito, não sou a fã número 1 de esportes (se você acompanha este blog já deve ter notado, meus interesses são outros), mas é claro que acompanho grandes eventos como a Copa do Mundo, os Jogos Pan-Americanos e Olímpicos (de verão e inverno), com tanto entusiasmo quanto qualquer um. Afinal, além dos jogos, aprendemos um pouco sobre outros países e culturas.
Logo, não é surpresa, eu nunca havia acompanhado competições ao vivo. Como exímia expectadora via TV de competições ficou impossível não notar algumas diferenças gritantes da experiência. Eu assisti Basquete Feminino em Cadeira de Rodas.
De cara, senti falta dos "closes" da TV. Eu explico. As câmeras da TV delimitam a ação, em geral na bola, favorecem a tensão naquele close do atleta prestes à fazer um lance livre. Mas convenhamos, tem muita coisa acontecendo em quadra além daquelas quatro margens da televisão. Aliais no ginásio inteiro. Não é surpresa você eventualmente perder um lance legal, porque estava prestando atenção em outro jogador, ou em algo na platéia, na equipe técnica, no pessoal da imprensa. E sim há um telão com as mesmas imagens do jogo geradas para a TV. Mas, sério? Com tanta coisa acontecendo quem vai olhar para o telão?
Quando a festa é sua, mas seu irmão acaba roubando as atenções. Pelo menos o Tom tem o cabelo mais legal!!! |
Também senti falta do Tom. Não. Não é verdade que todas as áreas de competição tem um mascote presente durante os jogos. O boneco azul não deu as caras por lá. E é até difícil encontrar peripécias suas na rede como aconteceu com seu irmão Vinícius. Mas atração do intervalo não faltou, DJ e animador, isso sim tinha!
O mesmo vale para as atrações legais no Parque Olímpico. Aquelas que você via na TV e no Snapchat oficial dos jogos. Elas acontecem sim, só lá pelo o fim do dia, desfavorecendo a galera que assiste as competições da manhã e não pretende ficar o dia inteiro lá. Inclua nessa lista, gente que mora mais longe e famílias com crianças e idosos.
Mas, não entre em pânico! É claro que a experiência vale muito o ingresso (e a jornada para chegar lá, dependendo do onde você more).
Entre as coisas que compensam, conhecer um lugar novo, que não estará disponível nesta formatação por muito tempo. Descobrir esportes novos, e compartilhar a empolgação com a galera. Não apenas o pessoal que está com você mas com os público como um todo.
Para a criançada, é bom aprender sobre limitações e possibilidades na prática. Além de entender que dá para torcer pelos dois times, pelo melhor jogo possível. Esse é espírito, e aí que está a graça.
Algumas verdades precisam ser ditas, sobre o Parque e o Boulevard Olímpico.
Megastore - Megafila - Mega-preços... |
Os preços não são apenas caros. São absurdos, em muitos casos mais que o dobro do "mundo real" lá fora. E não há outras opções na área. Sim, você pode levar biscoitos, há bebedouros e com sorte até uma empresa ou outra oferecendo água de graça. Mas isso não sustenta quem vai ficar por lá o dia inteiro. Mencionei as inevitáveis filas gigantescas?
Nem tudo foi finalizado à tempo como deveria. Então tapumes, estruturas temporárias e outros "quebra-galhos" serão encontrados, nas instalações, e mesmo no caminho.
Isso não é falta de acabamento, mas curiosamente nem o Boulevard nem o Parque tinham áreas de sombra. O que mesmo no inverno do Rio de Janeiro é risco de insolação!
Isso não é falta de acabamento, mas curiosamente nem o Boulevard nem o Parque tinham áreas de sombra. O que mesmo no inverno do Rio de Janeiro é risco de insolação!
Não foi legal, esperar até a véspera da abertura dos jogos paralímpicos para avisar que agora transportes que durante os jogos olímpicos só eram acessíveis com o bilhete especial, poderiam ser utilizados com os cartões que o carioca já utiliza no dia-a-dia, desde que acompanhados do ingresso. Àquela altura, muita gente já tinha desembolsado os R$25, do cartão comemorativo.
Jogos Paralímpicos uma festa negligenciada
Dito tudo isso uma coisa fuca evidente: os jogos paralímpicos recebem muito menos atenção do que deveria. Mesmo tendo o saldo de medalhas para o brasil muito superior ao dos jogos tradicionais. E sendo disputado em nossa casa.
Desde as casas dos países, que fecharam as portas ainda em agosto (inclua a Casa da Coca-Cola aqui), até o número de atrações não exportivas reduzidas. A sensação é que abandoaram a festa antes do fim. Enquanto as emissoras que se diziam a "Casa oficial" dos jogos, nem a abertura exibiram (compacto não vale, viu!). Relegando aos telejornais as muitas conquistas de medalhas, e ignorando as competições.
Uma pena, considerando que não teremos tão cedo outros jogos "perto de casa". E que experiência que reúne o mundo como esta pode ser única, mesmo para quem só pode acompanhar pela TV. Os Jogos Paralímpicos são uma festa linda, pena que pouca gente pode ver!
Mas esta é apenas a opinião desta humilde blogueira que vos escreve. O que você pensa sobre o assunto?
Agora de volta à programação normal....
Leia também: Hora de falar das Olimpíadas do Rio
Nossa muito legal!! adorei o post! :)
ResponderExcluirObrigada!
ResponderExcluirPostar um comentário