Introduzir um universo vasto em uma nova mídia, agradar aos fãs, ser palatável para não iniciados, atrair novos usuários para os games e leitores para os livros, e criar uma franquia de sucesso. A missão de Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos, adaptação da franquia de games da Blizzard, não é nem um pouco simples. A trama tem como base o primeiro jogo da franquia e o roteiro ganhou uma novelização oficial, já lançada no Brasil. Ainda assim, o filme precisa funcionar por conta própria e alcançar o grande público para garantir seu espaço nas bilheterias.
Draenor, o mundo dos Orcs está morto. Logo, a espécie precisa de um novo lar e com ajuda de magia chegam à Azeroth, que pretendem colonizar. Mas este novo reino é habitado, e os humanos vão defender seu território de invasores. Vale sempre lembrar, toda magia tem seus perigos, toda guerra tem dois pontos de vista e em ambos os lados da disputa há heróis e vilões.
Assim, os motivos das duas raças são bastante claros. Os humanos precisam defender seu mundo, enquanto os Orcs estão em uma busca desenfreada, e desmedida, para garantir sua sobrevivência.
Do lado Orc conhecemos Durotan (Toby Kebbell, de Quarteto Fantástico), um chefe de clã em busca não apenas de um novo lar, mas também de uma vida digna para os seus. Não demoramos a perceber que cedo ou tarde, ele vai questionar as ações desmedidas da horda sob o comando de um líder opressor.
Do lado Orc conhecemos Durotan (Toby Kebbell, de Quarteto Fantástico), um chefe de clã em busca não apenas de um novo lar, mas também de uma vida digna para os seus. Não demoramos a perceber que cedo ou tarde, ele vai questionar as ações desmedidas da horda sob o comando de um líder opressor.
Governados pelo Rei Llane Wrynn (Dominic Cooper, o jovem Howard Stark nos filmes da Marvel, e protagonista de Preacher), os humanos tem Sir Andulin Lothar (Travis Fimmel, de Vikings) como herói do reino. Além do Mago Medivh (Ben Foster, X-Men 3: O Confronto Final), como protetor.
A ponte entre os dois mundos é a orcquisa (sim, essa palavra existe!) mestiça Garona (Paula Patton). Esta vai explicar para os humanos, incluindo os expectadores, à que vieram estes invasores inesperados. Mas vai deixar mal explicado como ela pode ser mestiça de humanos e orcs (teria uma terceira raça aí?), e conhece nosso idioma tão bem, se vivia em outro mundo.
Completam o universo de personagens, Khadgar (Ben Schnetzer, A Menina que Roubava Livros) um jovem mago com percepção incomum. Lady Taria (Ruth Negga, Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D e Preacher), a rainha-consorte dos humanos. Mão Negra (Clancy Brown) chefe dos Orcks, altamente influenciado por Gul'dan (Daniel Wu), um bruxo Orc, com dons bastante peculiares.
Parece muito muita coisa para assimilar? É sim. Afinal são duas culturas para compreender, cada uma com seus costumes e conflitos internos, além da disputa entre ambas. Nesse ponto a franquia se mostra um prato cheio de personagens e tramas complexos e cheios de potencial. A vilões e heróis de ambos os lados, assim como motivações distintas. Uma narrativa muito mais rica que adaptações de games anteriores. A questão é como apresentar tudo isso a um público que desconhece o jogo?
O longa até que se esforça, mas o resultado é uma apresentação corrida e meio simplista dos personagens (este é o rei, aquele é o mago aprendiz, orc bom, orc mal...). Tudo apresentado meio às pressas, para mostrar logo o que "interessa", as batalhas. Estas são realmente boas, trazendo os diferentes estilos de luta de cada espécie baseados em suas habilidades. E com uma interação entre orcs e humanos que não soa falsa apesar do excesso de CGI.
E por falar na computação gráfica, tem muita dela na tela. Afinal, todos os orcs (leia-se metade dos personagens), foram criados através de captura de movimentos. O resultado é excepcional, apresentando orcs realistas, que utilizam muito das atuações de seus interpretes. Consequentemente sendo bem sucedido ao criar empatia com o público.
Contudo, são muitos efeitos. E por mais perfeitos que sejam, alguns podem desejar que a produção tivesse aberto mão deles quando possível, como por exemplo na criação dos anões, que aparecem pouco e talvez por isso tenham recebido menos cuidado e soem mais falsos que as outras criaturas.
Bem produzido, com elenco razoável e ótimos efeitos Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos deve agradar os fãs da franquia (creio eu, me diga se você for gamer e achou ruim), apesar das ressalvas que uma adaptação precisa. Deve causar certa curiosidade em fãs de fantasia em geral, que poderão vir a procurar os detalhes omitidos na versão literária.
Armadura riqueza do rei, mais falsa que muito orc por aí! |
O grande desafio é agradar o expectador comum. Este que pode tanto se entediar, ou confundir, com o primeiro ato de explicações corridas, quanto se encantar com os efeitos especiais e as cenas de batalha. O jeito é esperar para ver como o mundo recebe este novo universo.
Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos (Warcraft)
EUA - 2016 - 124min
Fantasia, Aventura,
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