As Tartarugas Ninja - Fora das Sombras

Mais Tartarugas, menos Megan Fox, e aceitação total e desavergonhada do universo absurdo das animações. Era mais ou menos isso que pedi para as sequências da franquia das Tartarugas Ninja Mutantes Adolescentes ao final da crítica de seu primeiro filme em 2014. Surpreendentemente é exatamente isso que As Tartarugas Ninja - Fora das Sombras, segunda aventura do quarteto entrega.

Uma sequencia de abertura estilosa, que até poderia ser confundida com créditos (não fosse a ausência de nomes da produção), trata de relembrar rapidamente quem é quem, nesta Nova York, agora protegida por Leonardo, Rafael Donatelo e Michelangelo. E sem muita enrolação, partimos logo para a primeira cena de ação que também trata de apresentar a novidade deste longa, Casey Jones (Stephen Amell, o Arrow) e a ameaça em questão.

O vilão Destruidor (Brian Tee), preso no longa, anterior é libertado durante sua transferência para a prisão. Junto com ele fogem Rocksteady (Stephen "Sheamus" Farrelly) e Bebop (Gary Anthony Williams) seus novos capangas. Enquanto isso, uma ameaça ainda maior se aproveita do plano do Destruidor para atacar a terra. Rafael (Alan Ritchson), Michelangelo (Noel Fisher), Donatello (Jeremy Howard) e Leonardo (Pete Ploszek e Johnny Knoxville, respectivamente movimentos e voz), vão contar com a ajuda de seus amigos humanos April O'Neil (Megan Fox), Vern Fenwick (Will Arnett) e Casey Jones para salvar o mundo.

É claro, mestre Splinter (Danny Woodburn, movimentos e Tony Shalhoub, voz) também está presente com seus conselhos paternos. Outras aparições são da brasileira Alessandra Ambrosio e Laura Linney, em papéis menores.

Mais equilibrado que seu episódio anterior, esta sequência aposta no que funcionou no primeiro filme, a interação entre os irmãos. Dando-lhes finalmente o papel de protagonista a que tinham direito, e relegando os humanos a ajudantes. O que é ótimo, já que não apenas as personalidades e o tom do relacionamento do grupo funcionam muito bem, como a técnica de CGI e captura de movimento que lhes dá vida é excelente.

O mesmo não pode se dizer de Bebop e Rocksteady. Divertidos e exagerados, bobões a dupla de capangas parece ter recebido menos atenção em sua criação por computador que os protagonistas. Nada, no entanto, que atrapalhe o desenvolvimento da trama, afinal trata-se de um rinoceronte com roupas e um javali com moicano e óculos roxos.

E por falar na trama, esta é bastante simples: o vilão tem um plano, as Tartarugas precisam impedi-lo. Inclua aí, cientistas malucos, busca por objetos mágicos e uma elaborada batalha final. O resultado é uma aventura divertida despretensiosa e que não tem vergonhas de suas origens, por mais caricata que seja. Pelo contrário, eles abraçam o absurdo, e o que podem transformam em piada.

As Tartarugas Ninja - Fora das Sombras, encontrou o foco de sua franquia: o carisma de seus protagonistas. Acetou o tom ao dar mais espaço às tartarugas, suas personalidades distintas e seus problemas de adolescentes (leia-se aceitação), que aos humanos de rostos famosos em cena. Embora descobrir Amell, sem a atmosfera soturna do Arqueiro seja um ponto à favor.

Com 3D bom, embora não "indispensável" e cheio de referências (leia-se "fã-service") tanto aos desenhos da década de 1990, quanto à animação atual. O longa deve divertir à diferentes gerações que cresceram, e ainda crescem, se aventurando ao lado de Tartarugas Ninja Mutantes Adolescentes, comedoras de pizza, que vivem nos esgotos de Nova York sob a tutela de um sábio rato.

As Tartarugas Ninja - Fora das Sombras (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows)
EUA - 2016 - 112min
Aventura

Leia a crítica do primeiro filme, As Tartarugas Ninja

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem