Inicialmente a comparação era com Jogos Vorazes, por ter uma protagonista adolescente em uma sociedade futurística distópica. Agora o terceiro capítulo de A Série Divergente, traz semelhanças com outra franquia juvenil, Maze Runner.
Assim como os corredores de labirintos, os moradores de Chicago descobriram que fazem parte de um estranho experimento científico. Eles no entanto não tem pressa em conhecerem "seus criadores", e sob o comando de Evelyn (Naomi Watts), mantém os portões da cidade fechados. A "sem facção" tomou o poder após a morte de Jeanine (Kate Winslet), apenas para cometer os mesmos erros. Uma vez que a maioria das pessoas não consegue superar as diferenças evidenciadas pelo antigo sistema de facções, e ainda querem vingança pelos atos da Erudição.
Cabe à Tris (Shailene Woodley), a curiosidade de descobrir o mundo, e fazê-lo à força. É claro sem deixar de levar o namorado Quatro (Theo James), a melhor amiga Christina (Zoë Kravitz), o irmão traidor Caleb (Ansel Elgort) e o duas caras irritante Peter (Miles Teller). Lá fora eles, vão descobrir que evento apocalíptico dizimou o planeta, e quais as reais condições da humanidade. Bem como os objetivos da experiência da qual faziam parte.
Temas como manipulação genética, consequências de guerra, contaminação, hierarquia, dificuldades de manter as relações em um mundo diferente. Todos eles no entanto, são superados pelo tema recorrente principal da série, a separação em castas. Se antes as pessoas eram separadas por suas características, agora é o "nível de divergência" que os separa. E a situação piora quando se descobre que a busca pela "pureza genética", torna algumas pessoas mais importante do que outras.
O sistema de facções, teoricamente de importância semelhante para a sociedade, é na verdade um nível de um sistema de castas muito maior. Que inclui não apenas separação, as hierarquia, e privilégios à escolhidos. E consequentemente, insatisfação dos menos favorecidos.
Parece muita coisa? Provavelmente é! Enquanto Insurgente abusou, de testes virtuais e conspirações para ocupar suas duas horas de projeção. Convergente parece correr para explicar o mundo lá fora. O resultado, são mais perguntas sem respostas, explicações corridas demais para fazer sentido, personagens em excesso e soluções previsíveis e escolhas automáticas (vamos vestir a única pessoa 100% pura de branco? Dã!).
Entre os questionamentos que não são spoilers, logo posso mencionar aqui. Está o porquê dos protagonistas ainda darem importância, e desconfiarem pouco do vira casaca Peter. A resposta mais lógica, é que o personagem abusado e desbocado interpretado por Miles Teller, é de longe a parte mais divertida da trama. O resto do elenco que ainda inclui Octávia Spencer,Daniel Dae Kim e Jeff Daniels, apenas faz seu trabalho, sem se esforçar muito. O roteiro inchado e confuso, e os diálogos medianos também não ajudam.
Convergente, traz muitos temas interessantes, que acredito, devem funcionar melhor nos livros. E mesmo que não originais, sua abordagem é sempre bem vida para abraçar novas gerações. Infelizmente, a versão para as telas não consegue decidir qual, das questões é mais importante, e acaba não explorando bem nenhuma delas.
O resultado é uma adaptação confusa, com uma trama rocambolesca, personagens que somem e reaparecem quando necessário, e mais dúvidas que respostas. Á essa altura o expectador já esqueceu da mensagem inicial: "rotular e separar pessoas não é legal", e o potencial que o argumento ta franquia possuía. Nossa única preocupação do lado de cá da tela é se o último longa da franquia (é claro, que o último volume da trilogia literária, foi dividido em dois filmes), vai ao menos conseguir, explicar o universo, responder as perguntas mais urgentes e finalizar os arco de seus personagens principais à tempo. Ascendente, deve chegar aos cinemas em 2017.
A Série Divergente: Convergente (The Divergent Series: Allegiant)
EUA - 2016 - 121min
Ação/Ficção Científica
EUA - 2016 - 121min
Ação/Ficção Científica
Leia as resenhas de Divergente e Insurgente, os filmes anteriores da franquia.
Postar um comentário