Para aproveitar o máximo em qual quer Comic Con é assim: você confere a programação minunciosamente (acompanhado dos amigos) decidem o que mais desejam assistir. E no caso da CCXP madruga na fila. (Sim, madruga! Sou daquelas que desencoraja a galera de dormir na fila, porque é São Paulo, não San Diego).
Nós decidimos que nossas atrações preferidas da Comic Con Experience estariam no Auditório Cinemark, na sexta, sábado e domingo. Eventualmente desistimos dos painéis do Misha Colins (o Castiel de Sobrenatural), que seriam esvaziados, e seus ocupantes teriam que voltar ao fim da fila para tentar assistir às outras atrações.
E no domingo ao chegar mega cedo, e se deparar com a maior fila de entrada dos 4 dias (essa não devia ser no sábado?) achamos que faríamos melhor uso do nosso tempo no chão da feira, que presas do gradeado. Logo segue então, o que tivemos o privilégio, sorte (ou seria esforço?) para assistir na edição deste ano.
*Clique nas imagens para ampliar (Fotos de Geisy Almeida)
Os Painéis
Sexta-feira
"E meu machado!" - Uma manhã com John Rhys-Davies
Ok, não foi uma manhã inteira, apenas uma horinha. E por um motivo desconhecido o auditório ainda estava vazio quando o "Glimmi" passou ao som de gritos histéricos pelo tapete vermelho próximo à fila, entrou no auditório e começou seu painel por conta própria. E da-lhe a galera da organização colocar mais de 2 mil pessoas para dentro às pressas. Ao som de instruções divertidamente confusas: - Gente tô vendo buracos na fila, acelera-aí! Não precisa correr, devagar, gente!
Mas deu certo! Após acelerar muito, sem correr, todos já estavam no auditório na altura no momento de perguntas e respostas. A adrenalina alta da "galera" foi controlada pelo próprio convidado, que em seu elegante sotaque britânico e o vozeirão mandou o pessoal, sentar e se comportar, para poder fazer as perguntas.
Universal Pictures
Ainda não deu para empolgar muito com o material de Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos, longa baseado no game da Blizzard. Especialmente com o excesso de CGI, apresentado pelo estúdio no painel. Mas o filme estreia por aqui apenas em julho, vai saber o quanto de aprimoramento pode ser feito até a estreia.
Mais legal foi o bate-papo com os produtores do terror A Bruxa. o longa produzido pela brasileira RT Features, rendeu o prêmio de melhor direção para o estreante Robert Eggers no Festival de Sundance. Além do trailer pudemos assistir alguns minutos da produção que já foi exibida em alguns festivais, mas ainda não ganhou data de estréia no Brasil.
Umbrella Academy - Painel do Apocalipse
Vocalista da banda My Chermical Romance e roteirista Gerard Way e o ilustrador brasileiro Gabriel Bá, se encontram para falar sobre sua HQ, Umbrela Academy (Devir). O Bate-papo abrangeu à criação da história, o trabalho em conjunto da dupla e foi surpreendentemente pouco interrompido pelos fãs do "músico Gerard Way". Sim, elos estavam-lá, a carreira musical também foi tema, mas aparentemente muitos estavam dispostos á embarcar na nova carreira do astro.
All-New All-Diferente Marvel Comics
Admito, não sou nerd de quadrinhos (ainda), mas não foi difícil se interessar pelo painel que trouxe o "diretor de relacionamento com criativos" da editora Rickey Purdin. Além dos talentos nacionais Mike Deodato, Marcelo Maiolo e Danilo Beyruth, e mais no final o desenhista Esad Ribic.
Na pauta as novidades da editora (se quiserem me mandar eu leio tudinho, viu). E discussões sobre o mercado editorial e novos talentos. Sim teve gente pedindo emprego, naquele jeitinho brasileiro. Também bem foi nesse painel que o Deadpool roubou a cena, e tirou até atenção dos entrevistados.
Ainda sobre momentos loucos da #CCXP#Deadpool consegue irritar o #10Doctor #DoctorWho #Marvel #CCXP2015 #ComicConExperience
Posted by Ah! E por falar nisso on Quinta, 10 de dezembro de 2015
Fox Animation
Com Carlos saldanha no palco, o Diretor de Peanuts, O Filme, deu uma verdadeira aula de animação. Mostrando as dificuldades e soluções de transportar Snoopy e cia para a tela grande.
Nem precisávamos ver algumas cenas inéditas do filme, mas elas coroaram a emocionante apresentação. Pouco antes de acabar, Tiago Abravanel surgiu no palco para contar que vai viver Snoopy em um musical no teatro (o Snoopy canta?).
Também tivemos um gostinho do novo Kung-Fu Panda. Também com cenas inéditas e a presença de Lúcio Mauro Filho, devidamente apresentado em vídeo pela voz original de Po. Jack Black parece ter treinado muito para pronunciar o nome do ator e comediante brasileiro.
*Clique nas imagens para ampliar (Fotos de Geisy Almeida)
Fox Studios
Tinha a separação na programação, mas na real foi tudo um grande painel da Fox. Sem intervalos para respirar. Descobrimos um pouco sobre O Regresso a nova chance de Leonardo Dicaprio ganhar um Oscar, ao lado do diretor de Birdman, Alejandro Gonzáles Iñárritu. #VaiLeo
Novamente foi Deadpool, dessa vez o oficial, quem roubou a cena. Ele já havia mandado um recado para os brasileiros no vídeo abaixo. Mas foi com o rosto de Ryan Reynolds, em um vídeo nada genérico especialmente dedicado à CCXP (só que não, no melhor estilo zoeira never ends), que por enquanto ainda permanece exclusivo que ele apresentou alguns segundos de cenas novas do filme. Segundos mesmo, em um "trailer turbinado", o suficiente para levar a galera à loucura! Mencionei que a galera ainda ganhou um poster?
Tributo à Frank Miller
Depois de tanta agitação, um painel mais emocionante e calmo para falar sobre a vida e obra do icônico quadrinista. Frank Miller veio ao Brasil pela primeira vez, e já quer voltar novamente. E mesmo leigos nos quadrinhos como esta que vos escreve, ficou impressionada com a lenda viva sentada ali.
Tributo Jim Lee
Situação semelhante aconteceu no tributo a Lee. A diferença, Jim Lee é mais jovem e muito mais empolgado em lidar com a galera. Eu que achava que os dois mestres da sétima arte estavam mal programados em meio aos filmes e séries, fiquei chateada por não conseguir assistir o painel que uniu os dois.
Netflix Originals
Admitimos, apesar de os painéis terem sido ótimos até aqui, era este a razão maior de passarmos o dia no auditório. Razão nossa e de muita gente. Inclusive Whovians e fãs de Rebelde, além dos aficionados pela Marvel e séries em geral. É a Netflix, anunciando duas horas de conteúdo deixando vários fandoms felizes, certo? Errado...
Até que começou bem, com conteúdo exclusivo inédito de Demolidor. Até agora, não "vazado" pela platéia, um dos maiores medos dos organizadores dos painéis.
Invertendo a ordem da programação e apresentando primeiro o painel de Jessica Jones, a empresa de streaming conseguiu promover o painel mais curto da feira. David Tennant e Kristen Ritter ficaram cerca de 15 minutos no palco. O que contando-se, à ovação e gritaria a cada palavra que eles proferiram não rendeu mais que um par de perguntas do mediador e duas da platéia. A interrupção brusca foi tamanha que os próprios entrevistados ficaram confusos.
Nenhuma resposta oficial foi dada. Mas os comentários posteriores são bastante específicos. O excesso de Whovians teria preocupado o Netflix quanto a atenção dada à Jessica Jones (a única pergunta sobre Doctor Who, foi feita pelo mediador). A agitação da platéia teria feito os organizadores temerem pela segurança do elenco. Ok, ano passado o elenco de Marco Polo se jogou na platéia, mas ninguém tentaria pular o gradio para atacar Tennant (Misha Collins move fãs tão apaixonados quanto, e seus painéis foram tranquilos).
Ainda sim, caso acontecesse bastava usar aquele monte de seguranças e aplicar a tão ameaçada expulsão do auditório. Serviria como exemplo para estes fãs e os dos painéis seguintes. Ou ainda ser mais criativo e pedir ao próprio Killgrave ordenar a calma. Funcionou com John Rhys-Davies.
Em meio a gritaria de protesto para que o elenco voltasse, ainda pudemos assistir à imagens de bastidores da série.
Ainda meio atônitos, o público que ficou (os whovians e marvetes sairam em massa decepcionados), tentou manter a empolgação para receber o elenco de Sense8. Aml Ameen, Jaime Clayton e Alfonso Herrera, tiveram mais tempo para conversar com a galera.
O bate-papo abordou a produção em diversos países, o elenco variado, a "cabeça louca dos Wachowski". E claro, a condição de transgêneros, e a abordagem inteligente que a produção dá eles. Melhor que isso só acompanhar Herrera, abusando do portunhol e traduzindo as perguntas da platéia para os colegas.
O painel terminou com o elenco cantando Bob Marley (porque não What's Up? A galera ensaiou tanto no karaokê do stand da Netflix), e com um trailer antigo da série.
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O post já está gigantesco, então vou dividí-lo, em dois. Continue acompanhando para saber sobre os painéis de Sábado na CCXP. Leia também como foi a Experiencia como um todo. Ou leia sobre a Feira, os Painéis e a Experiência da primeira edição.
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