Enquanto no primeiro Maze Runner, os personagens corriam às cegas por um intrincado labirinto. Em Prova de Fogo, eles continuam correndo sem rumo, não por causa de paredes altas e longos corredores, mas porque eles não tem memórias sobre o mundo lá fora. Este por sua vez, não é nada amigável, e aparentemente tudo e todos nele representam uma ameaça ao grupo liderado por Thomas (Dylan O'Brien).
Partindo exatamente de onde o primeiro longa parou o grupo de jovens recém saídos do labirinto é levado por uma força militar à uma instalação segura. Comida, banho, camas, roupas limpas, outros sobreviventes tudo parece bom demais para ser verdade. E não demora muito para Thomas desconfiar de tanta generosidade, com a ajuda de Aris (Jacob Lofland), se descobre ainda sobre a tutela da C.R.U.E.L, e inicia uma nova corrida por sobrevivência. Sempre levando consigo seus amigos de clareira Minho (Ki Hong Lee), Newt (Thomas Brodie-Sangster), Frypan (Dexter Darden) e Teresa (Kaya Scodelario).
As fases seguintes (isso mesmo fases, como de um vídeo game), levam os personagens à diversos cenários cada um com seus perigos. E aqui o filme abusa de referências, que vão de claustrofóbicos filmes de terror, epidemias que transformam e dizimam a humanidade, mundos pós apocalípticos (impossível não pensar em Mad Max) e claro, nas próprias franquias de distopias adolescentes.
Ao longo destes mundos novos personagens se tornam aliados ou inimigos, seguindo ou não o grupo na jornada. O destaque aqui fica com o carismático Jorge (Giancarlo Esposito), e a surpreendentemente excelente Brenda (Rosa Salazar). A nova personagem feminina leva apenas alguns segundos para conseguir o que Teresa não alcançou em durante todo o primeiro longa: nos fazer se importar com ela. Ao menos a mocinha original agora, tem novas perspectivas e faz escolhas que vão afetar todo o grupo.
Já os chefões de fase deste video-game frenético, se apresentam nas figuras propositalmente caricatas de Ava Paige (Patricia Clarkson) e seu imediato Janson (Aidan Gillen). Este último mais conhecido pelo nada confiável Mindinho de Game of Thrones, usa e abusa da personalidade que desenvolveu na série, causando desconfiança desde a primeira cena. Gillen, se sai bem mas sua escolha soa como uma escalação preguiçosa. E por falar em Game of Thrones, caso você tenha problemas em abstrair as referências, o elenco ainda conta com Nathalie Emmanuel, a Missandei da série.
Do lado técnico câmera instável na mão e tecnologia 3D, podem não ser a combinação mais confortável aos olhos, mas funciona para criar tensão. E o orçamento mais generoso traz um design de produção caprichado apesar da temática clichê no gênero distopia juvenil. Os vilões são altamente tecnológicos, militarizados e tem visual clean. Inclua aqui uma vilã impecavelmente vestida de branco. Enquanto os sobreviventes se divide entre os excluídos, abrigados em cidades em ruínas com visual "futurista rave". E a resistência, abrigada em meio a natureza e aproveitando os recursos que encontra.
Maze Runner: Prova de Fogo expande o universo da franquia física e metaforicamente. O mundo é vasto, e o labirinto em que os jovens estão presos vai muito além de meras paredes de pedra. Encaminhando a franquia para temas mais sombrios. Drogas, violência, traição, vingança, são temas que começam a ser abordados aqui, mas perdem espaço para a ação desenfreada e a correria literal do título. Logo, o longa deixa mais perguntas que respostas à serem respondidas.
Resta torcer, para que o próximo filme consiga equilibrar melhor, ação e conteúdo. Entregando um desfecho coerente, que aproveite bem o elenco de jovens talentos. Maze Runner é baseado em uma série de livros escrita por James Dashner, a terceira adaptação A Cura Mortal tem data de estréia marcada para Fevereiro de 2017. A saga literária ainda conta com o prelúdio Ordem de Extermínio.
Maze Runner: Prova de Fogo (Maze Runner: The Scorch Trials)
EUA - 2015 - 131min
Ação/Ficção científica/Aventura
Leia a resenha de Maze Runner: Correr ou Morrer
Sem "cabelo de cascata", Brenda arrasou no seu personagem e mostrou bem a quê veio.
ResponderExcluirAinda não li os livros, a descrição da Brenda é "cabelo de cascata"? Isso é que eu chamo de ir p/ o extremo oposto, mas a escalação foi ótima mesmo, a menina arrasou!!!
ResponderExcluirObrigada pela visita!
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