Gotham chegou ao fim esta semana na TV brasileira (é claro que estamos atrasados em relação à exibição "estadunidense"), confirmando sua abordagem diferente para séries inspiradas em quadrinhos. Sem um final gigantesco e explosivo, mas com uma narrativa constante e inteligente que culmina em um clímax que fecha algumas pontas, mas deixa muitos ganchos para a próxima temporada.
O ponto de partida foi chegada à cidade do detetive iniciante James Gordon (Ben McKenzie, de The O.C.), e seu primeiro caso, o assassinato do casal Wayne. Este ainda sem solução, claro! Mas nem de longe o único caso complexo de uma cidade decadente e corrupta. A partir daí acompanhamos a tentativa de Gordon de melhorar Gotham, postura que vai de encontro até com a própria polícia, corrupta e acomodada.
Ao mesmo tempo assistimos a guerra de poder entre os mafiosos que mandam na cidade. Falcone (John Doman) e Maroni (David Zayas) "dividem a cidade" em um frágil equilíbrio. E não faltam candidatos para desestabilizar a balança, como a subalterna Fish Mooney (Jada Pinkett Smith, incrível) criada especialmente para a série, ma já icônica. E o puxa-saco/vira-casaca Oswald "Pinguim" Cobblepot (Robin Lord Taylor, perfeito).
Não faltam esquemas e planos minunciosamente desenvolvidos por estes dois ao longo de toda a temporada. De fato, são esses plots e consequências que unem toda a trama, enquanto Jim cuida do caso da semana e eventualmente esbarra em um destes "planos infalíveis".
E por falar em bandido da semana. Entre aqueles criados especialmente para a série, e aqueles que ainda vão ser vilões do Batman se destacam Milo Ventimiglia (o Petter Petrlli de Heroes) e seu serial killer que coloca 50 Tons de Cinza no chinelo. Vislumbres do Espantalho e do Coringa ainda moleques, e o Harvey Dent (Nicholas D'Agosto) em início de carreira.
Edward Nygma (Cory Michael Smith), é um deslocado técnico forense que vai tendo sua sanidade desgastada ao longo dos episódios. Inclua aqui, a existência do Asilo Arkan, e os moradores "interessantes" atrelados à ele.
Ivy Pepper (Clare Foley) é uma figurante de luxo, para Selina Kyle (Camren Bicondova). Já com atitudes e trejeitos de uma autentica gatuna a futura Mulher-Gato, vive em cima do muro (literal e figurativamente). Amiga de Bruce Wayne, ora ajuda o jovem milionário e o Detetive Gordon, ora escolhe as vantagens do lado mal. Uma garota tentando sobreviver.
É claro, que o futuro Batman está presente, e sua própria jornada pessoal. Além de lidar com sua nova condição de órfão, e a complexa relação com seus tutor/empregado Alfred (Sean Pertwee), Bruce (David Mazouz, de O Inventor de Jogos) faz sua própria investigação sobre a morte dos pais, e acaba esbarrando em segredos das indústrias Wayne. Ele também começa seu, nada ortodoxo treinamento para se tornar uma pessoa mais forte.
Mas o protagonista é mesmo Gordon, e o dilema entre suas convicções e "fazer o que é preciso" para sobreviver ao jogo de Gotham. E até que ponto ele pode ir sem se comrromper. Para ajudar, ou não, ele conta com o preguiçoso parceiro Bullock (Donal Logue).
Mas não se preocupe, ainda sobra tempo para o mocinho se dividir entre dois romances, com a irritante (mas, não desista dela ainda) Barbara Kean (Erin Richards), e a Dr. Leslie Thompkins (Morena Baccarin). Só faltou tempo mesmo para cultivar o bigode!
Nunca faz sol em Gotham, pois a fotografia com estilo noir, evidencia que aquele universo nasceu nos quadrinhos, sem torná-lo cartunesco. Além é claro, de criar o clima de tensão, perigo e decadência que toma conta da cidade.
Perigo esse que não muda ao longo da equilibrada temporada, que termina com o mesmo tom que começou. E manteve seu estilo diferente, focado em investigação criminal, e disputa de poder, ao invés de uniformes e super-poderes.
Gotham, é uma acertada novidade entre adaptações de quadrinhos para a TV, que este ano foram muitas. A segunda temporada já está em produção. No Brasil a série era transmitida pela Warner
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