Detona Ralph

Se vocĂȘ ficou surpreso ao descobrir que quando sai do quarto, seus brinquedos tomam vida em Toy Story, imagina como vai ficar feliz quando souber que, assim que o fliperama fecha, os personagens do jogos, tambĂ©m encerram o expediente e vĂŁo cuidar de suas vidas! Ralph (John C. Reilly/Tiago Abravanel) Ă© o vilĂŁo de um video-game das antigas. Dia apĂłs dia ele destrĂłi um prĂ©dio para que seu arqui-inimigo Conserta Felix Jr. (McBrayer/Rafael Cortez), reconstrua com seu martelo mĂĄgico e se torne um herĂłi para os cidadĂŁos de Niceland. Enquanto o grandalhĂŁo Ă© expulso para o lixĂŁo onde mora.

Entretanto, apĂłs trĂȘs dĂ©cadas de trabalho pesado, e nenhum reconhecimento (Ralph nĂŁo Ă© nem convidado para a comemoração de 30 anos do jogo), nosso protagonista fica muito deprimido. Quando nem o grupo de auto-ajuda para vilĂ”es funciona ele resolve buscar o reconhecimento de seus "vizinhos" a qualquer custo. Assim em busca de sua medalha (figurativa e literal) ele passeia por quase todo o fliperama.

A histĂłria nĂŁo Ă© das mais originais, seu desfecho Ă© previsĂ­vel, e atĂ© o jogo soa muito famĂ­liar, provavelmente inspirado por Donkey Kong, primeiro jogo em que o MĂĄrio apareceu (curiosamente um jogo em que o vilĂŁo Ă© o personagem tĂ­tulo). Mas, Ă© seu desenvolvimento e execução que tornam, o longa da disney um exemplo quando se trata de filmes inspirados pelo universo dos videogames.

Os personagens conseguem transitar atravĂ©s dos cabos de energia, que se encontram em uma grande Estação Central. Dali para seguir para outros "mundos" Ă© um pulo! Assim Ralph visita outros jogos de estilos e Ă©pocas diferentes. É durante essa jornada que conhecemos a Sargento de um game de tiro em primeira pessoa Calhoun (Jane Lynch, a Sue Silvester de Glee) e a fofa, porĂ©m adoravelmente irritante,Vanellope Von Schweetz (Sarah Silverman/MariMoon). Esta ultima uma renegada como Ralph. Claro, que um objetivo em comum nĂŁo demora a unir os dois.

O interessante é como a direção de arte conseguiu que esses mundos de diferentes épocas, estilos e definiçÔes funcionassem bem juntos. Assim os personagens bi-dimensionais e com movimentos em ùngulos retos do game dos anos 80, conseguem visitar o game de dança atual sem perder seus nada fluidos movimentos, ou a credibilidade. E Ralph consegue se manter um "grandalhão quadrado" no triangular mundo de tiro em primeira pessoa, ou no arredondado e fofo mundo doce.

A mĂșsica tambĂ©m segue essas mudanças. O que inclui complexas trilhas sonoras para os jogos recentes, e aqueles poucos barulhos eletrĂŽnicos que um game de 16 bits conseguia produzir, cada vez que o FĂ©lix se mexe.

JĂĄ a parte divertida fica por conta das referĂȘncias e participaçÔes especiais de personagens de games que nĂłs jogamos deste lado da tela. Desde as barrinhas do Pong, passando por Street Fighter, jogos de esportes e estrelas como Sonic e Pacman. ReferĂȘncias para jogadores pioneiros e atuais.Vale assistir novamente apenas para ficar buscando os "easter eggs" no fundo da cena.


Sobra ainda tempo para brincar com os personagens e mundos criados para o jogo. Como os doces que formam o mundo de Vanellope, e que realmente existem no mundo real, e até um vulcão de coca diet. E para passar boas mensagens: amizade, aceitar as diferenças e evitar rótulos (super anti-bullying), afinal ainda é um filme Disney.

A história e o desfecho podem até ser pouco originais, mas não importa quando a jornada é inspirada, os personagens carismåticos, e o(s) universo(s) mågico(s). Detona Ralph acerta em cheio em tudo isso e no 3D. E de bÎnus ainda då um "game-over", em Tron - O Legado, e outros filmes que fracassaram em levar o universo dos videogames e computadores para tela grande.

Detona Ralph (Wreck-it Ralph)
EUA - 2012 - 108 min.
Animação / Aventura / Infantil

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