Operação Big Hero

Quando a Disney comprou a Marvel houve até quem ficasse com medo, de que o estúdio do camundongo interferisse demais no mundo dos heróis. Já com a Pixar, a aquisição foi mais suave, mas não sem gerar questionamento nos fãs. Felizmente a intenção da Disney nunca foi aglutinar tudo, muito menos diminuir as outras empresas, mas sim aprender com elas. Operação Big Hero é o resultado dessa união, e prova da nova fase da empresa de Walt.

Baseado em personagens Marvel (que não compartilham do universo dos super-herois tradicionais), a animação faz uso do melhor que cada estúdio tem a oferecer. A tradição da Disney, o apuro técnico da Pixar e o bom humor da Marvel, além é claro da criatividade dos três estúdios unidos. Qualidades de peso, para um filme que tem a árdua tarefa de vir após o mais recente sucesso do estúdio. Frozen não apenas encantou várias gerações e alertou para os "novos ares" do estúdio com princesas auto-suficientes. O longa também foi a primeira animação a superar a barreira de 1 bilhão de dólares nas bilheterias e recebeu o primeiro Oscar de longa-metragem animado da Disney.

Assim, Hiro Hamada é um gênio em robótica de 14 anos que vive com o irmão Tadashi e Tia Cass na cidade de San Fransokyo. Vendo que Hiro desperdiça todo seu tempo talento em apostas e lutas de robôs Tadashi o leva ao laboratório onde trabalha. Lá ele conhece os amigos do irmão e sua mais recente invenção Baymax, um robô atendente médico, outras incríveis invenções criadas por lá. Depois disso não é difícil convencer Hiro a se candidatar à uma vaga.

Também não é difícil imaginar que uma tragedia atrapalhará seus planos. Logo, o adolescente se une à Baymax, e aos amigos do irmão Wasabi (Robson Nunes), Honey Lemon (Fiorella Mattheis), Fredzilla (Marcos Mion) e GoGo Tomago (Kéfera Buchmann), para desvendar os mistérios que envolve tal acontecimento. Inclua aqui um upgrade fornecido por seus talentos ciêtíficos em cada um deles, transformando-os em uma super-equipe.

A trama não é incrivelmente original, e você provavelmente já pescou alguns spoilers embora eu tenha tentado evitá-los no na sinopse acima. Mas o que importa é a forma que a história é apresentada, com bom humor, e ritmo acertado entre os momentos dramáticos, cômicos e de ação.  

Além é claro, da fofa relação entre Baymax e Hiro. Um aprendizado simultâneo entre máquina e homem criança que lembra a relação entre o joven Jonh Connor e seu protetor de metal em O Exterminador do Futuro 2. Enquanto um aprende com o outro, nós até nos esquecemos que Baymax é um robô e estes não deveriam ter sentimentos. Mas, depois de Wall-E, quem liga?!

Tudo isso com um visual estilizado que une as ladeiras de São Francisco e os neons de Tókio, de forma tão harmônica, que dá vontade de se mudar para San Fransokyo. O visual dos personagens, também deve agradar os fãs de animes e mangás. 

A super-equipe funciona mais como um elenco de apoio nesta primeira aventura, que acertada mente aposta na relação de Hiro com o robô e seu consequente amadurecimento. Mas, como mencionei é uma primeira aventura, com todo potencial para sequencias, onde pode-se explorar melhor estes divertidos personagens. 


E se você, como eu, ficou meio desconfiado ao ler os nomes do elenco nacional, relaxe. Não é preciso fugir das inevitáveis versões dubladas. Apesar da já tradicional escalação de celebridades para versão em português, a direção de dublagem caprichou. Não deixando as celebridades superarem as personagens, e é provável que você só perceba a presença deles, quando seus nomes aparecerem nos créditos. Ah! E por falar em créditos não saia antes do fim, afinal este é também um longa da Marvel!

Operação Big Hero (Big Hero 6)
EUA - 2014 - 102 min.
Ação / Animação / Aventura / Comédia


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