Fubar - 1ª temporada

Uma sigla comum em círculos militares, “Fucked Up Beyond Any Repair”, que em português seria algo como “F*dido além de qualquer reparo”. Pronto, agora que finalmente paramos de pensar o que diabos significa Fubar, é hora de falar um pouco da estreia de Arnold Schwarzenegger em séries, nessa comédia de ação da Netflix.

Luke Brunner (Schwarzenegger) é um agente da CIA prestes a se aposentar, e com planos de reconquistar esposa e filhos de quem se distanciou por causa do trabalho. Mas ele é convocado para uma última missão, resgatar um agente, do QG de Boro Polonia (Gabriel Luna), um terrorista que tem um passado com o protagonista. A surpresa fica por conta da identidade do agente a ser resgatado. Emma (Monica Barbaro), filha de Luke também é espiã, e pai e filha não faziam ideia do trabalho um do outro. 

A partir daí, acompanhamos a dupla tentar reconquistar a confiança e acertar os ponteiros, enquanto tentam trabalhar juntos em pequenas missões para capturar Boro. Missões essas, que obviamente, vão ficando mais complicadas e tensas conforme se aproximam do clímax da temporada de oito episódios. 

Apesar do perigo, e da caça a um terrorista, o roteiro mantém um tom bem humorado, seguindo o estilo das comédias de ação estreladas por "Schwarza" nos anos 80 e 90. Além de uma comédia e ação bem equilibradas, a série ainda acerta ao apostar na relação familiar para nos ajudar a criar empatia pelos personagens. 

Luke é genuinamente apaixonado pela família que  perdeu pela carreira. Ao mesmo tempo que está determinado à reconquistá-la, assiste a filha cometer os mesmos erros pela profissão. Além é claro, do já esperado super protecionismo paterno, em embate com a independência de uma mulher adulta e cheia de habilidades. Origem das situações mais divertidas, e amostra da boa química da dupla principal. Há também a estranha relação de responsabilidade entre o agente veterano e o vilão.

Entretanto, é também em Emma que reside o ponto mais fraco. Não que Monica Barbaro não se esforce, ela nunca fica apagada em tela, mesmo dividindo espaço com um parceiro tão icônico. Mas a insistência do roteiro em arrumar romances para a moça, faz com que as relações soem meramente obrigatórias. Quando não completamente estranhas. Alguém entende qual a afinidade dela com o namorado pacato vivido por Jay Baruchel? À certa altura, cheguei a acreditar que haveria alguma reviravolta relacionada ao ator, tamanha a desconexão do personagem.

Já o time de apoio formado de arquétipos é  digna de séries de equipe, como CSI e afins. Fácil de reconhecer e se identificar. Milan Carter, Fortune Feimster, Travis Van Winkle, Aparna Brielle e Barbara Eve Harris, formam essa equipe de superiores, outros agentes de campo, e nerds da cadeira. Cada um com uma característica marcante, e até micro arcos, mas nada realmente complexo.

Enquanto a ação em torno deles, não chega a ser excepcional, mas é eficiente. Especialmente em fazer homenagens e referências, à outras obras do gênero. E principalmente à própria carreira de seu astro. E sim, ver "Schwarza" em cena, seja fazendo rir, seja dando porrada é o ponto alto da série!

Com uma jornada com início, meio e fim, tanto do lado CIA, quanto no drama familiar, a "missão Boro", se encerra nesta primeira temporada, mas o episódio final traz um gancho gigantesco para um segundo ano. Que ainda não foi confirmado pela Netflix

Dinâmica, divertida e carismática (em grande parte por vermos Arnold Schwarzenegger de volta à ativa, com jeitinho de velhos tempos), Fubar vai além de uma série de nome esquisito. É uma divertida e descompromissada surpresa, que deve distrair os fãs do gênero por algumas horas. 

Fubar, tem oito epísódios com cerca de uma hora cada, todos disponíveis na Netflix

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem