Power Rangers: Agora e Sempre

Admito, não fosse a música de Sandy & Junior gravada a ferro na minha mente, eu dificilmente ainda lembraria os nomes dos primeiros Power Rangers. Que dirá saber quem os substituíra ao longo das dezenas de temporadas, tão pouco o destino de seus vilões. Mesmo assim, a curiosidade causa comichão e assim não pude evitar assistir o especial da Netflix, Power Rangers: Agora e Sempre.

Em uma tentativa de encontrar o desaparecido Zordon, Billy (David Yost), o Ranger Azul liberta uma Rita Repulsa reencarnada em um corpo robótico. A vilã mata a Ranger Amarela, e captura os Rangers Vermelho, Rosa e Verde, junto com outras equipes. O plano é usar os poderes do herói para dominar o mundo, claro.

Vendido como uma reunião da equipe original, o especial na verdade traz apenas dois de seus membros, Billy e Zack (Walter Jones) e faz uma boa homenagem à Thuy Trang, atriz que interpretou a Ranger Amarela original, morta em um acidente de carro em 2001 aos 27 anos. Inclusive deixando um legado para a personagem, a filha Minh (Charlie Kersh). 

Já o restante da equipe nunca aparece sem os capacetes, já que Austin St. John não teria sido convidado, por estar envolvido em polêmicas, enquanto  Amy Jo Johnson e Jason David Frank não aceitaram participar. Vale mencionar que Frank faleceu no final de 2022, pouco depois das filmagens serem encerradas.

O roteio tenta fingir que as ausências não existem, retira os originais de cena, e logo os substitui por Rocky (Steve Cardenas) e Kat (Catherine Sutherland), membros de outra temporada o programa. E apesar dessa "gambiarra" ser bem o estilo do programa, é difícil ignorar, já que a promessa era outra. 

O que também segue o estilo da série de TV é a aventura em si. Cheia de conveniências e absurdos que facilmente relevávamos na infância, mas já na idade adulta é difícil ignorar. E convenhamos, o público alvo desse especial, são adultos saudosistas. Aceitar sim, já que ninguém vai assistir Power Rangers esperando um candidato ao Oscar, mas ignorar nunca. 

O saudosismo é atendido pelos trejeitos exagerados dos Rangers para compensar a falta de rosto quando "morfados", as fantasias plásticas e emborrachadas, as frases óbvias e de efeitos, explosões sem sentido, e até o retorno de alguns cenários da Alameda dos Anjos. A falta fica por conta da grande luta do Megazord contra o monstro gigante da vez, agora feita em CGI muito ruim. Sim, eu preferia o bonecão fantasiado, se é pra abraçar a cafonice, faça isso completamente. 

A escolha pela a curta duração, ajuda para que a audiência não se canse antes da hora. O especial tem menos de uma hora. O que faz sentido considerando que os episódios do programa tinha cerca de vinte minutos.

Ao final das contas, Power Rangers: Agora e Sempre não passa de uma curiosidade para adultos saudosistas e crianças acompanhadas destes pais. Com algumas (bem poucas) boas ideias, e mais promessas do que entregas. Com um pouco mais de esforço e criatividade, poderia ser muito mais divertido, mas ao menos entretém. 

Power Rangers: Agora e Sempre (Mighty Morphin Power Rangers: Once & Always)
2023 - EUA - 55min
Aventura, Ação

Leia a crítica de Power Rangers, o filme de 2017.

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