Saber quem são seus vizinhos está entre sua lista de prioridades quando você procura uma nova casa, ou apartamento? Aposto que não! Pois O Bebê de Rosemary vai colocar essa preocupação permanentemente na sua mente. O quanto você conhece e confia naqueles que estão ao seu lado?
Rosemary e seu marido Guy encontram o apartamento de seus sonhos. Junto com a casa nova, vem a convivência com os novos vizinhos, que parecem pessoas adoráveis, apesar de meio enxeridas. Então a carreira do marido começa a decolar e Rosemary finalmente fica grávida. Os planos do casal parecem estar dando certo, mas coisas estranhas começam a acontecer, durante a gestação da moça, e ninguém à sua volta parece se importar.
O diretor Roman Polanski adapta o livro de Ira Levin de forma assustadora sem precisar recorrer à monstros, sangue ou imagens grotescas, o terror aqui está todo na sugestão. E principalmente na nossa incapacidade de alertar a personagem de que tem alguma coisa errada acontecendo. Efeitos colaterais de ter esse bebê crescendo do ventre, incluem dores terríveis, palidez e enjoos, o desaparecimento suspeito de pessoas de fora do “novo círculo de amigos do casal”, e até a mudança de comportamento do marido. Tudo indica que tem alguma coisa acontecendo, mas Rosemary leva uma gestação inteira para notar, quando percebe não tem muito pra onde correr.
O roteiro inteligente ainda encontra espaço para a ambiguidade. Mesmo com todos as atitudes dos personagens apontando em uma direção, em alguns momentos fica a dúvida: não será tudo coisa da cabeça de Rosemary? O fato da moça ficar paranoica conforme os meses vão passando, reforçam essa dúvida.
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E assim toda a tensão é construída. Os comportamentos estranhos, o mistério sobre o que está em torno da gestação, a dúvida sobre o que é real, e o medo pelo bem estar de Rosemary deixam o espectador alerta e aflito ao longo de toda a sessão.
O filme fala sanidade, confiança, traição e relacionamento abusivo, daqueles que te isola do mundo para te controlar e a exploração do corpo da mulher. E claro, satanismo, seitas e o sobrenatural estão presentes, ajudando a produção a plantar pulguinha atrás da orelha do público. O quão bem você conhece seus vizinhos, amigos, seu parceiro?
Depois de tudo isso, ninguém se importa do personagem título de fato nunca aparecer em cena. A gente nunca vê o tal bebê de Rosemary, mas a nossa imaginação, atrelada a atuação de Mia Farrow, fazem um trabalho excelente em nos deixar apavorados com o que pode ter naquele berço!
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O Bebê de Rosemary é um dos melhores filmes de horror já feitos! Já estava na minha lista de indispensáveis há muito tempo, e depois dessa revisita, vai continuar. E aí? Está atento à quem são seus vizinhos? Eu estou!
O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby)
Roman Polanski
1968 - EUA - 2h17min
Terror
O Projeto 1001, é um desafio cinéfilo que está rolando aqui no blog e em meu TikTok. Nele eu tento assistir as produções listadas no livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer de Steven Jay Schneider. Sempre deixando minhas impressões, apontando detalhes e curiosidades.
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