Os whovians já estão de sobre aviso, está na hora de começar a desapegar do 12º Doctor. O que é uma pena, já que Peter Capaldi parece finalmente der descoberto o "seu doutor" nesta temporada de despedida.
Após um primeiro ano sem grande apelo e um segundo onde tentava emular um pouco da "personalidade jovem" de seus antecessores, ambos sustentados mais pela presença de Clara (Jenna Coleman), que do protagonista a série se reinventou. Tramas mais simples, que inclusive reapresentavam os conceitos básicos da série para novos expectadores e o mais importante, novos companions que trabalhassem melhor com este Doctor ao invés de se sobrepor a ele. Afinal, apesar de ótima, Clara foi criada para contracenar com a versão de Matt Smith.
Bill Potts (Pearl Mackie), tem uma visão menos "mágica" sobre o mundo por assim dizer, mesmo porque ela ainda está descobrindo as maravilhas deste universo. Mais curiosa e questionadora, ela não apenas é a pessoal que representa o expectador, para quem as coisas são explicadas. Mas, também questiona, enfrenta e contraria o protagonista em vários momentos, o que funciona muito bem para a versão mais velha, ranzinza e cheio de "certezas" de Capaldi.
Com Bill reapresentando conceitos base e "criando conflitos", os arcos puderam ficar menos complexos. As temporadas mais recentes tinham histórias tão rocambolescas e com tantas conexões e auto-referências tornava difícil a compreensão tanto para os "não-iniciados", quanto para aqueles que eventualmente perdessem um ou outro episódio. Vale lembrar: Doctor Who. nasceu como um programa educativo para toda a família. Atualmente adultos tinham dificuldades de acompanhar o vai-e-vem temporal.
Mas não se engane, ainda há um arco maior durante toda a temporada a ser resolvido no "season finale", mas este é incluído aos poucos ao longo dos episódios como um mistério a ser desvendado "mais tarde". Grande parte da função de Nardole (Matt Lucas, Tweedledee e Tweedledum em Alice no País das Maravilhas) é nos lembrar deste perigo/trama eminente. O alienígena é o primeiro companheiro alienígena regular desta nova geração da série, e tem potencial para retornar em temporadas futuras.
Trazendo histórias mais simples, com liberdade para criar aventuras com tons distintos e coadjuvantes que somam ao invés de ofuscar a décima temporada possibilitou à Capaldi finalmente encontrar o tom e a voz de seu Doctor. O que é uma pena, já que este é o último ano do ator na série. O mesmo vale para sua companheira Bill. A sensação que fica, é de que este era o momento, de explorar novas jornadas e finalmente se divertir de verdade com o 12º Doutor.
Entretanto, tudo vai mudar novamente, e numa escala ainda maior - o showrunner Steven Moffat que ajudou a popularizar a nova versão da série também está se despedindo. Doctor Who continua a exercitar o desapego e a expectativa pelo desconhecido em seus fãs.
Para quem já está está com saudades, Capaldi ainda vai protagonizar o especial de natal ao lado de David Bradley (Argus Filch de Harry Potter e Lorde Walder Frey em Game of Thrones). O ator dará vida ao 1º Doctor vivido originalmente por William Hartnell. Papel que já interpretou no especial para a TV An Adventure in Space and Time que mostrava a criação da série.
Doctor Who., é uma produção da BBC. No Brasil é exibida, com muitas reprises em diferentes horários no SyFy.
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