Fuller House: 2ª temporada

Parando para pensar, Fuller House deve ser uma das séries mais baratas e descomplicadas da Netflix. Afinal ela é completamente gravada em estúdio e quase sempre no mesmo cenário. Ela também é provavelmente a mais bem sucedida série da onda de retornos e remakes que atingiu a TV em 2016. Com isso em mente não ficamos mais tão surpresos com a chegada precoce da segunda temporada da série, em nove de dezembro. A primeira temporada também estreou em 2016, em Março.


Menos dependente da série de origem, Full House, o segundo ano da comédia tem menos participações especiais do elenco antigo. E maior foco em DJ, Steph e Kimmy. Curiosamente, a série mantém o foco nos adultos, enquanto à esta altura a série original já havia descoberto que grande parte da graça estava no elenco mirim e começava a dividir as atenções.

Agora acompanhamos a vida amorosa de DJ (Candace Cameron), e seus dois pretendentes, a de Stephanie (Joodie Sweetin) que se descobre apaixonada pelo irmão caçula de Kimmy (Andrea Barber). Enquanto esta última leva uma relação estranha com ex-marido Fernando (Juan Pablo Di Pace), que agora é parte do elenco fixo. De vez em sempre a série faz uso dos 8 anos de imagens das temporadas anteriores para ilustrar como a relação das moças com os rapazes e entre elas mesmas evoluiu. Além de resgatar convidados especiais daqueles tempos.

Apesar de divertido, é difícil não notar: parece que Fuller House destina muito do seu tempo para tratar de questões amorosas das protagonistas, como se elas se resumissem a quem escolhem namorar. Talvez porque elas não tenham as dificuldades que os rapazes tinham para cuidar das crianças, ou porque a temporada reduzida somada à inevitável maratona tornem os relacionamentos mais frequentes, mas também pode ser um equívoco dos escritores. De qualquer forma, conflitos que vão além de qual pretendente elas devem escolher seria uma abordagem muito mais interessante e atual.Talvez eu esteja pedindo muito de uma comédia despretensiosa de meia hora para toda a família.

Enquanto isso as crianças ainda não tem muito espaço. O bebe Tommy (Dashiell e Fox Messitt) ainda não pode fazer muito. O pequeno Max (Elias Harger) serve mais como alívio cômico. Já Jackson (Michael Campion), entrando na adolescência, tem um pouco mais de espaço. Especialmente quando compartilha conflitos com Ramona, criando uma relação de irmão e irmã postiços, curiosamente inédita neste universo. Mas é Ramona (Soni Bringas) o integrante do elenco infantil que rouba a cena. Se conflitos de meninas são mais interessantes, fáceis de abordar ou se me identifico mais com ele é uma incógnita, que precisarei de mais temporadas para resolver. Mas a primeira vista a filha é bi-racial e bilíngue de Kimmy é a criança com melhores histórias.

Michelle (personagem das gêmeas Olsen, decidiram não atuar mais) ainda não apareceu, e o roteiro continua fazendo piadas sobre isso, sem receio algum. Já o elenco mais velho se faz presente em momentos especiais trazendo altas doses de nostalgia. E até ganhando pequenos arcos pessoais.

Fuller House é uma série divertida e despretensiosa. Agrada à antigos fãs e novos expectadores. Talvez só precise de mais tempo para descobrir novos dilemas para suas personagens. Abraçar o formato de uma temporada por ano, talvez seja a solução para ter tempo de descobrir como empoderar ainda mais suas protagonistas.

Cada temporada de Fuller House tem 13 episódios, e terceiro ano foi confirmado pela Netflix em plena noite de natal.

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