A Menina que Roubava Livros

"Pouca gente se lembra de que o primeiro paĆs que os Nazistas invadiram foi o deles!" - Afirmou certa vez um personagem de um blockbuster de super-herói estadunidense. De certa forma Ć© disto que se trata A Menina que Roubava Livros.
Liesel Meminger (Sophie NĆ©lisse), a tal ladra, Ć© filha de uma comunista alemĆ£ Ć© enviada pela mĆ£e para viver a salvo (na medida do possĆvel) com uma famĆlia adotiva em plena Alemanha Nazista. Ć no enterro do irmĆ£o morto a caminho de sua nova casa, com um volume perdido pelo coveiro, que comeƧa sua pouco explorada carreira de surrupiar livros. Afinal, apesar de ser o tĆtulo, o filme nĆ£o Ć© sobre furtos em bibliotecas, ainda que possuir certos tĆtulos naquela Ć©poca e local fosse, por si só, uma aventura e tanto.
Sem compreender completamente o contexto em que vive, Liesel tenta se ajustar a sua nova vida. O que Ć© fĆ”cil com Hans (Geoffrey Rush), seu novo, amĆ”vel pai. Mas, nĆ£o tĆ£o simples com Rosa (Emily Watson) uma mĆ£e severa, talvez mais consciente do tempo difĆcil em que vive. Existe ainda Rudy (Nico Liersch) "amigo Ć primeira vista". E Max (Ben Schnetzer), judeu fugitivo que a famĆlia abriga.
à a relação com Max, que merecia mais atenção do longa, dando mais ênfase a diferença de culturas e à falta de compreensão da menina do por que ele precisa fugir. Escondido em condições precÔrias, o rapaz passa boa parte de sua estadia inconsciente, ouvindo os tais livros roubados.
Eventualmente Liesel acaba por compreender (daquele jeito que até hoje não nos faz total sentido) o cenÔrio perigoso em que vive. Afinal, passamos alguns anos observando sua vida. à aqui que a boa direção de elenco e de arte faz um bom trabalho, ao manter de forma convincente Nélisse e Liersch, em seus papeis. Mostrando de forma natural, a passagem da infância à adolescência.

E por falar no elenco, Rush e Watson equilibram muito bem a dinĆ¢mica de opostos do simples casal. Ele um homem sonhador apesar dos tempos, ela mas sofrida com a realidade mas mantendo no fundo sua ternura. Ambos tentando manter sua famĆlia viva, sem participar das atrocidades a que muitos eram impostos Ć Ć©poca.

Uma versão bem executada, que merecia apenas um pouco mais de foco em alguns aspectos. Ainda assim, emociona e de bÓnus ainda deve conseguir alguns novos leitores para o romance. Baseado no livro homÓnimo de Markus Zusak, Menina que Roubava Livros é um raro relato dos cidadãos comuns que viviam do outro lado da história. Detalhe que volta e meia precisamos ser lembrados: sempre hÔ inocentes em ambos os lados de todas as guerras.
A Menina que Roubava Livros (The Book Thief)
EUA/Alemanha - 2013 - 131 min.
Drama
2 comentƔrios:
Apesar de ter adorado a fotografia e produção do filme (cenÔrios e figurino realmente bons!) sinto que faltou alguma coisa... Parece que houve tanta preocupação em comover que ficou superficial :/
Como vocĆŖ disse, tambĆ©m achei muito legal o contraste entre o casal que adotou Liesel! Geoffrey Rush jĆ” Ć© mito e acho que ele teve muita quĆmica com a Emily Watson. Sinto que teve amizade de bastidores rs.
Disse tudo Débora. Se preocuparam tanto que desandou! Tomara que seja uma falha só do roteiro, e não herança do livro.
Obrigada pela visita, volte sempre!
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