A tarefa mais difícil ao assistir O Espetacular Homem-Aranha é tentar não comparar com a versão de Sam Raimi que estreou à exatos 10 anos. Começando do zero, a versão de 2012, reapresenta Peter Parker (Andrew Garfield). Não como um nerd que apanha na escola, mas como um nerd que já tem ares de herói, só não tem habilidades para vencer os valentões. Logo ele acha para lá de divertido ganhar os tais poderes, e demora um pouco mais para entender o peso das responsabilidades.
O filme mantém a história no segundo grau, (outro usa período escolar apenas para mostrar a origem do herói, lembra?), isso resulta em duas coisas. 1º - uma oportunidade de mais sequencias, já que os personagens estão mais jovens. 2º - um tom mais bem humorado, afinal são adolescentes.
É na segunda opção que se encontra o ponto forte do filme. Bem ajustados personagens e intérpretes entregam diálogos inteligentes e divertidos. Dignos do diretor de 500 Dias com Ela, Marc Webb, que comanda a esta aventura.
O longa ainda traz a primeira namorada de Paker dos quadrinhos. Gwen Stacy (Emma Stone) é muito mais divertida que a atormentada Mary Jane, poque não a escolheram de cara? E aqui estou eu comparando novamente. Fato é que a interação entre Petter e Gwen é mais interessante que entre o protagonista e Mary Jane. Mas se isso é resultado de um roteiro de personagens melhor resolvidos, ou se Gwen já era melhor nos quadrinhos, não sei dizer.
Além de "virar" Homem-Aranha, Peter Parker ainda encontra tempo para enfrentar um vilão o Lagarto (Rhys Ifans). Cuja origem tem relação com a própria mutação do Aranha. Aliais quase tudo e todos tem alguma ligação nesse filme. O que em algumas situações soa meio estranho. Será NY tão pequena assim?
O excesso de conexões torna a narrativa propensa a falhas. Assim, o Doutor Ratha desaparece após a cena na ponte. O caso do bandido com a estrela no pulso fica em aberto. Assim como o controverso mistério sobre os pais de Peter.
A necessidade de incluir um mistério quanto aos pais, e a busca do herói por respostas torna superficial a relação com os tios. E já que Tio Ben (Martin Sheen) concentra todas as atenções, pois é o motivador do "grandes poderes = grandes responsabilidades", Tia May (Sally Field) fica apenas com as sobras, apagada em meio a tanta coisa que acontece.
Leva um tempo para acostumar com o 3D de O Espetacular Homen-Aranha. Não que seja ruim, pelo contrário. Mas o tom sombrio ditado pelo Batman de Nolan, que esta aventura do aranha segue entrega um filme escuro. E os óculos acentuam isso. Em contra partida, o 3D também torna mais divertidos os passeios pelos prédios de NY, e as muito bem executadas cenas de ação.
Não comparar reboot e original é difícil. Mas comparar também pode ser cruel, não com executivos interessados no que não deixaram a versão antiga "esfriar", mas com os profissionais que trabalharam para entregar um bom filme. Então me limito a dizer: nem melhor, nem pior, diferente. O Espetacular Homem-Aranha tem falhas sim, mas funciona e diverte. O que mais podemos pedir?
O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)
EUA - 2012 - 136 min.
Ação / Aventura
Ainda não assisti, mas a comparação com os filmes de Sam Raimi será inevitável.
ResponderExcluirAté mais
Inevitável e cruel, já que o original é muito bom, e este parece que foi feito a toque de caixa.
ResponderExcluirPena, pois gostei do elenco!
Filme da versão Ultimate '-'
ResponderExcluirOba, bom saber. Infelizmente não acompanho o herói pelos quadrinhos. Deu para perceber que vc é especialista no tema. E aí? Qual o diferencial da versão Ultimate?
ResponderExcluirPostar um comentário