Espelho, Espelho Meu

Esteja você preparado, ou não, Espelho, Espelho Meu dá o ponta-pé inicial à febre de adaptações de Branca de Neve que chegam aos cinemas nos próximos meses. E esse primeiro esforço tem jeitão de bollywood e assim como os outros que estão por vir, subverte as regras do clássico dos contos de fadas.

Rainha Malvada (Julia Roberts) é mais insana (do jeito engraçado, não assutador), que má. O Principe (Armie Hammer, os gemeos Winklevoss de A Rede Social) é azarado. Não há caçador, a madrasta conta com um hilário vassalo (Nathan Lane) de 1001 ultilidades.E a Branca de Neve (Lily Collins, filha de Phil Collins) não tem muito carisma, embora se esforce, ao ponto de bancar o Robin Hood ao lado dos anões.

Contudo, não espere grande surpresas, ou reviravoltas. As alterações na trama são grandes sim, mas bastante previsíveis, e programadas para agradar a criançada atual que não acredita mais em princesas que esperam pacientemente pelo "beijo do amor verdadeiro".

A motivação principal é a mesma, a Rainha não quer deixar de ser a mais bela do reino, mas não é a única. A soberana teme perder o trono para a enteada, que vive trancada no castelo desde a morte do pai, e para as finanças, uma vez que seus luxos os levaram à falencia. É quando a moça decide sair, e descobre as condições precárias em que vive o povo, que a trama se movimenta, já que a moça decide salvar o reino.

Nada de filme para toda a a família, é para crianças mesmo. Inocente, multicolorido (o diretor é indiano), meio bobinho. Mas elenco e produção abraçaram essa características - somos bobos, coloridos, simples, e as crianças gostam disso - logo é verdadeira e coerente. Assim como um episódio de Chaves, ou de Os Trapalhões, com verba extra, claro.

Julia Roberts, é sim a mais divertida, com a sua louca rainha malvada. Mas não chega a roubar a cena, afinal a história é contada por ela. E mesmo que não fosse não seria difícil se sobressair a Lily Collins, que apesar de estar nos holofotes desde pequena, no cinema ainda não diz a que veio. Não se espante se começar a torcer pela madrasta, a certa altura da narrativa. É comum para quem já passou dos 15 anos e já entende quem a um lado bom, um lado mal, e um lado louco em cada um.

Com cores fortes e bonitas, a direção de arte é luxuosa (como não ser com esse orçamento), mistura cores e acessórios incomuns àquele universo. O castelo parece meio árabe, um anão usa chapéu de caubói, e por aí vai, no estilo não questione, apenas ria!

E já que tem cores e diretor típicos de bollywood, nada mais normal que trazer também um numero musical indiano para animar a petizada. Eu recomento que olhe, as pessoas que assistem ao número no fundo da cena, suas expressões são muito mais divertidas! Não é "o filme definitivo" sobre Branca de Neve, mas é diferente, qualidade necessária diante da temporada de espelhos e maçãs que está por vir.


Espelho, Espelho Meu (Mirror Mirror)
EUA , 2012 - 106 min.
Aventura / Comédia

2 Comentários

  1. Bacana ler sua pré crítica. Já ficamos sabendo, com luxo, pompa e cultura, o que presta e o que não presta. No ano passado você me fez economizar uma grana legal. obrigado.

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  2. Oba, que bom adoro ser útil, rs! E continue acompanhando o blog, vou tentar trazer sempre o melhor conteúdo.

    Obrigada, e volte sempre!

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