Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma

Você sabia que as grandes construções de todo o mundo são arquitetadas de forma a dificultar a ação dos agentes secretos? Assim como meios de transportes propensos a aceleração sem aviso prévio, as forças da natureza que criam catástrofes naturais nas horas mais inconvenientes e o próprio mundo que espalha coisas legais de explodir em tantos países diferentes que os pobres coitados passam todo o tempo em movimento. Tudo feito para dificultar, contudo, mesmo contra todas as probabilidades eles conseguem. Ainda que para isso precisem  desrespeitar algumas leis da física e da lógica.

É, o mundo de Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma, assim como o de seus antecessores, é meio caricato, meio improvável, mas esse é o jogo. Torne o impossível, crível sem ofender a inteligência dos expectadores e já tem meio caminho andado.

Hunt (Tom Cruise)  é resgatado de uma prisão russa apenas para embarcar em uma nova missão. Roubar códigos secretos de um arsenal nuclear da antiga União Soviética antes que um terrorista o faça. Mas o plano dá errado Kremlin de Moscovo é espetacularmente explodido, a IMF (Impossible Missions Force) é culpada e seus agentes renegados, pelo próprio governo estadunidense. Mas o plano do terrorista segue a todo vapor e os agentes renegados precisam impedir uma guerra nuclear, e se der tempo, limpar seu nome.

E assim os mocinhos seguem executando um plano mirabolante (daqueles que as vezes desafiam a lógica), usando magníficos aparelhos (que não existem) para alcançar o vilão. Mas como aceitamos que este é o jogo, e o roteiro é empolgante, perdoar os momentos "até parece", fica fácil. Especialmente quando o longa se aproveita dessa improbabilidade, e da alta tecnologia imaginária, para fazer piada de si mesmo.

Um pouco de humor, e personagens um pouco (não muito) mais verdadeiros são as novidades que Brad Bird traz para a franquia. Em sua primeira experiência em um filme live-action o diretor dos oscarizados Ratatuille e Os Incríveis, não decepciona ao intercalar grandiosas sequencias de ação pitadas das histórias de seus protagonistas.

Não se engane. Perto do pequeno Rémy o habilidoso Ethan Hunt tem passado e personalidades mais rasas que uma piscina de bebê. Mas ainda assim coerentes, e especialmente em relação a vida amorosa do agente (que no longa anterior estava caidinho pela personagem de Michelle Monaghan). E suficientes para alguém que vai explodir coisas, ao invés de mudar o mundo com sabores.

Apesar do passado complicado e da trama elaborada não é preciso assistir aos longas anteriores para compreender este. Uma vez que o conflito é esclarecido detalhadamente, raramente exagerando na didática a ponto de ofender nosso intelécto. E ainda, deixando alguns segredos para o final. Só mesmo o vilão é meio confuso e apagado diante de tanta coisa acontecendo. Isso torna a grande luta final fraca, é verdade. Mas depois de duas horas de boas cenas de ação, quem liga?

Faltou mencionar a equipe formada por "quem" restou com o alívio cômico Benji (Simon Pegg remanescente do longa anterior). A sempre elegante, apesar da falta de recursos (ué eles não foram renegados?), Jane (Pauta Patton). E o misterioso analista Brandt (Jeremy Renner).

Una-se a tudo isso, os divertidos gadgets, dígnos de um Inspetor Bugiganga, muitas explosões perseguições, e acrobacias com possibilidade de morte, e o resultado é um bom filme de ação. Afinal, quem melhor que um especialista em animação para, tornar personagens caricatos de ação mais críveis e divertidos?

Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocolo)
EUA - 2011 - 133 min.
Ação / Aventura / Suspense


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