Tal Pai, Tal Filha

Uma comédia romântica, sem a parte do romance. É esta a sensação que Tal Pai, Tal Filha, longa da Netflix, deixa ao final da sessão. Não que isso seja um ponto negativo da produção.

Rachel (Kristen Bell) é viciada em trabalho, não larga o celular nem às vésperas do casamento. É por isso que Owen (Jon Foster) abandona a moça no altar. Para completar o dia ruim, seu pai, Harry (Kelsey Grammer), que a abandonou quando tinha apenas 5 anos, resolve aparecer de penetra na cerimônia. Muitos drinks mais tarde, a moça acorda no cruzeiro ao Caribe, que seria sua viagem de lua de mel, acompanhada do pai.´

É aqui que a premissa lembra e muito uma comédia romântica, ao forçar a convivência de duas pessoas que não se gostam. Com a diferença de que aqui a relação a ser construída é de pai e filha. Inclua aí, coadjuvantes e situações que vão acelerar o confronto. No caso, os demais "casais" que dividem mesa com a dupla e os "divertidos" eventos de cruzeiro.

Entre mergulhos, shows, trilhas, noitadas e fartas refeições, Rachek e Harry vão bater de frente, conhecer um ao outro, se acertar, brigar mais uma vez antes do final feliz de fato. Tudo como manda o figurino do gênero, com uma reviravolta previsível no fim e o potencial pessoal crescimento dos protagonistas. Ele se arrepende de seus erros, ela percebe que precisa rever suas prioridades. E não fique chateado por esta última linha, pois não é de verdade um spoiler. O arco dos personagens, e o caminho que a trama escolhe são velhos conhecidos. Você sabe para onde a história vai, e é nessa familiaridade que o roteiro aposta para manter o expectador.

Mas sim, há uma novidade curiosa nesta produção escrita e dirigida por Lauren Miller Rogen (sim, esposa do Seth, o comediante faz uma ponta no filme), a total e completa necessidade de buscar um par romântico para seus protagonistas. Rachel é deixada no altar nos primeiros minutos do filme, e até embarca em relacionamentos surpreendentemente descartáveis, mas não está a procura de um novo amor, e nem precisa. Seu caminho para se sentir completa é com sigo mesma.

Kristen Bell e Kelsey Grammer, funcionam bem juntos e oferecem o carisma necessário a seus personagens, mas não entregam nada realmente surpreendente ou profundo. Mesmo porquê até nos poucos momentos em que o roteiro decide falar sério sobre o histórico de abandono, ele nunca o faz de forma muito pesada ou deprimente. Quem também entrega o que precisa é o elenco de coadjuvantes, que entrega uma galeria de tipos previsivelmente e propositalmente adoráveis, o casal gay, o da terceira idade, e o de segunda viagem.

Diante das muitas derrapadas da Netflix, na tentativa de aumentar seu catálogo às pressas, Tal Pai, Tal Filha não chega a ser um dos fracassos da empresa de streaming. Não traz nada de novo ou memorável, e acredito que nunca teve esta pretensão. É uma "dramédia romântica", simples. Entrega o "feijão-com arroz" que promete, e eventualmente até consegue divertir com o básico.

Tal Pai, Tal Filha (Like Father)
EUA - 2018 - 98min
Comédia dramática


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