Blindspot - 2ª temporada

Instabilidade, esta palavra define tanto as situação que a "força-tarefa da tatuagem" se encontram no início da segunda temporada de Blindspot, quanto a exibição que a série ganhou no canal pago a que pertence. Felizmente, a Netflix tarda mais não falha. Graças a ela, finalmente podemos analisar o segundo ano da série.

Recapitulando: Jane Doe (Jaimie Alexander) saiu completamente nua, coberta de tatuagens e sem memória alguma, de dentro de uma mala abandonada de forma suspeita em plena Times Square. Ao longo do primeiro ano descobrimos que as tatuagens são pistas para crimes não solucionados. Enquanto a equipe designada pelo FBI desvenda os desenhos com ajuda da própria Jane, esta descobre ter habilidades especiais, e também que faz parte de um plano muito maior orquestrado por um grupo terrorista do qual fazia parte. Após muitas reviravoltas, a segunda temporada começa com Jane sendo torturada pela CIA, e a equipe trabalhando em novos casos. Até que Nas Kamal (Archie Panjabi) uma agente da NSA, que também investiga a tal célula terrorista, agora nomeada de Sandstorme ecoloca a equipe no caso, transformando Jane em agente tripla.

A moça tem que reconquistar a confiança da equipe do FBI e dos companheiros de sua antiga vida, sua mãe adotiva, Shepherd (Michelle Hurd) e o irmão Roman (Luke Mitchell, Marvel´s Agents of S.H.I.E.L.D.). Sua jornada trabalha as relações familiares ora com o Sandstorm, ora com a equipe. E o efeito dessas interações no caminho que a protagonista vai escolher. Sobra ainda tempo para ela tentar, e falhar em ter uma vida social separada, a suas atividades "profissionais".

Já o suposto mocinho Kurt Weller (Sullivan Stapleton), está às voltas com três envolvimentos amorosos. A figura de "pegador" criada para o personagem não convence, e ainda cria uma certa antipatia pelo personagem, volúvel e aparentemente despreocupado com a outra metade dessas relações. O que só piora quando, esgotadas as opções, ele volta para Jane. Já como líder, ele não parece a mais preparadas das opções, mas se beneficia das habilidades da equipe que o cerca. Não que esta não tenha seus próprios problemas.

Responsável por informação, segurança, pesquisa e mais um monte de coisas Patterson (Ashley Johnson) tem sua privacidade invadida pela Sandstorm, e por isso desenvolve uma paranoia. A nerd, sai muitas vezes do laboratório, quebrando o padrão deste tipo de série e tem o melhor arco deste ano. Já Reade (Rob Brown), Zapata (Audrey Esparza) estão às voltas com um crime do passado que abala o agente, e ameaça a amizade e o trabalho da dupla. Esta trama é a única que desvia dos efeitos da principal, deveria servir como um respiro, mas em alguns momentos parece desconectada da série.


De volta à trama principal, a produção acertou ao deixar acelerar as revelações em relação ao ano anterior. Se na estréia só descobrimos que Jane era uma peça em um jogo maior, agora entendemos quem é a Sandstorm, suas motivações e objetivos. Embora o grande plano é claro, só seja revelado no final, o ritmo das descobertas é muito mais dinâmico, especialmente se você estiver assistindo em maratona.

Com um total de 22 episódios por temporada, a produção não escapa dos 'fillers', aqueles episódios para preencher espaço. Mas acerta em escolher situações criativas, que exploram as melhores características dos personagens, e cria uma boa dinâmica entre eles, além de tentar sempre incluir um detalhe da trama principal nestes capítulos. O resultado é uma ação interessante, que não quebra o ritmo e mantém o expectador interessado.

O desfecho poderia tranquilamente serum final para lá de satisfatório da série. Já o gancho para justificar o terceiro ano nos deixa preocupado sobre os rumos da história, que tem potencial para se tornar rocambolesca e cada vez menos crível - agora as tatuagens brilham? - De qualquer forma, o terceiro ano já está em exibição nos Estados Unidos, então é só uma questão de tempo até descobrirmos como os roteiristas estão se saindo. Por hora Blindspot é uma tradicional série procedural de investigação criminal, mas se destaca ao fazer escolhas cheias de personalidades, que combinam perfeitamente com a imagem imediata que temos dela, de alguém com estilo e coragem o suficiente para tatuar o corpo todo.


Cada temporada de Blindspot, que atualmente está no terceiro ano, tem 22 episódios. No Brasil a série pertence à Warner Channel que ainda não divulgou planos de exibição para o programa. As duas primeiras temporadas já estão disponíveis na Netflix.

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