Kingsman: Serviço Secreto

Kingsman: Serviço Secreto diz a que veio logo na primeira cena, ao partir Jack Davenport ao meio literalmente. Ao mesmo tempo que fica com a expressão de "Ah...tá! Té parece!", o expectador compreende: este não é um daqueles filmes de agente secreto que tenta ser realista. Mas, uma aventura no estilo James Bond "das antigas" com traquitanas impossíveis, e vilões caricatos que cortam cabos de aço com os dentes. Esclarecido isso, é só relaxar e curtir o passeio.

Este começa exatamente porque Lancelot (Jack Davenport) foi partido ao meio deixando uma vaga em aberto na agência Kingsman. Cada membro do grupo deve trazer um novo recruta para competir pela posição. Galahad (Colin Firth) traz Eggsy (Taron Egerton) filho de um ex-membro que desperdiça suas muitas habilidades. Ao mesmo tempo, Valentine (Samuel L. Jackson, se divertindo de vilão colorido) planeja "melhorar" o mundo com um plano mirabolante, claro!

Enquanto Eggsy usa seu "conhecimento das ruas" como diferencial, na competição no melhor estilo Jogos Vorazes, contra jovens candidatos da aristocracia britânica. O mesmo conhecimento apresenta seu padrasto e vizinhos como um trogloditas violentos. Galahad é um nobre cavaleiro inglês, como os vários que Firth já interpretou, que parte para briga sem pudores quando preciso. A cena de luta na igreja vai deixar muito super-herói com inveja.

Já Valentine, quer matar meio mundo, mas não consegue ver sangue. Usa roupas engraçadas, fala esquisito, tem um plano mirabolante, mas não sucumbe à muitos clichês de seu estilo de vilão. E tem consciência disso, afirmando: "não é esse tipo de filme".

A luta entre classes. A elegância e intelectualidade da nobreza dos agentes, em contraste com a falta de cavalheirismo dos nobres (leia-se riquinhos) candidatos. O marginal de bom coração e muito potencial, em contraponto aos proletariado beberrão e violento. O caricato vilão que às vezes quebra clichés. Dito assim parece um excesso de inconsistências, e uma confusão excessiva de discussões para um único filme.

Entretanto basta prestar atenção na mocinha Roxy (Sophie Cookson) e na vilã Gazelle (Sofia Boutella) - embora esta última tenha um nome que pode soar de mal gosto devido à particularidades da personagem - para perceber que toda bagunça é intencional. As moças tem seus arcos devidamente desenvolvidos. Roxy enfrenta o sexismo entre os colegas recrutas, Gazelle resolve o que o vilão não é capaz. Ambas servem à história, sem servir de escada, ou interesse amoroso.

Brincando o tempo todo com os inúmeros estereótipos, e aceitando absurdo e extremos entre eles, o longa apresenta um frescor e originalidade muito bem vindo em meio a blockbusters de super-heróis. Apesar de ser baseado em um livro e fazer inúmeras referências e homenagens ao gênero da espionagem. E ainda se apresentar como uma versão moderna da Távola Redonda do Rei Arthur. Ou você achou que os nomes Lancelot e Galahad eram mero acaso?

Kingsman: Serviço Secreto tem ótimas cenas de ação, gadgets de fazer inveja ao Tony Stark. Humor inteligente, característico do diretor e roteirista Matthew Vaughn. Além de um elenco afinado que ainda conta com Mark Strong, Michael Caine, Mark "Luke Skywalker" Hamil e Sophie Cookson. Resta torcer para que a agência tenha tanto potencial para novas histórias quanto Bond e tantos outros agentes secretos que homenageia nesta primeira aventura.

Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service)
Reino Unido - 2015 - 129min
Ação

2 Comentários

  1. O ano recém começou, mas esse já pode ser considerado um dos mais divertidos do ano!

    http://filme-do-dia.blogspot.com.br/

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  2. Concordo plenamente!
    Obrigada pela visita!!!

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