Caminhos da Floresta

Duas coisas são verdade no cinema atual. 1: Adaptar é mais fácil comum que criar. 2: Não importa como anunciem, sempre haverão desavisados nas sessões dos raros musicais que chegam às telas. Caminhos da Floresta se encaixa perfeitamente nas duas alegações. É adaptação de um musical da Broadway. E traz vários astros de Hollywood que de alguma forma desviam a atenção dos espectadores desavisados, para o gênero da produção.

O Senhor Padeiro (James Corden) e sua Esposa sem filhos, descobrem que sua infertilidade é resultado de uma maldição lançada sobre a família do fazedor de pães, quando este ainda era um bebê. Mas a autora da praga a Bruxa "da vizinhaça" (Meryl Streep) promete reverter o feitiço se o casal lhe buscar quatro objetos: uma vaca tão branca quanto leite, uma capa vermelha como sangue, um sapato tão puro quanto ouro, e cabelos amarelos como milho.

É claro, que os respectivos donos dos objetos mencionados estão ocupados com suas próprias histórias. E é nos caminhos da floresta que todos se esbarram e interferem nas histórias uns dos outros. Entram nesta mistura uma indecisa Cinderela (Anna Kendrick), João do Pé de Feijão (Daniel Huttlestone, que foi Gavroche em Les Miserables), Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford, estrela mirim da Broadway) e Rapunzel (MacKenzie Mauzy, Forever).

A partir daí, a história desconstrói as familiares personagens, com muitas reviravoltas e desencontros. Para isso a história distribui de forma inteligente seus personagens pela trama, mesmo aqueles com menor participação. Eles aparecem cumprem sua função e saem de cena quando não são mais necessários. Caso do Lobo (Johnny Depp, e sua persona esquisita usual), dos príncipes de Cinderela (Chris Pine, Star Trek) e Raunzel (Billy Magnussen), a mãe de João (Tracy Ullman) e a Madrasta Má (Christine Baranski, divertida).

Enquanto as histórias tomam novos rumos (ou antigos, se consideramos as versões originais dos Grimm) e trazem surpresas e um final, que podem causar estranheza  nos expetadores tradicionais da Disney. A produção do estúdio do camundongo, traz notas familiares para quem ouviu outros trabalhos de Stephen Sondheim, como Sweeney Todd.

Bem diferente da megalomania de seu último musical, Nine, o diretor Rob Marshall, deixa de lado as coreografias grandiosas, para deixar a música desenvolver a história. Enquanto a direção de arte cria uma floresta lúdica e intimista ao ponto de tornar crível, pessoas se encontrando em meio a caminhadas solitárias.

Como pode todo mundo se esbarrar em uma floresta tão grande?
Claro, ainda é um filme da Disney, e volta ou outra se rende a lições de moral que já aprendemos repetidamente. A produção insiste em relembrar ao expectador que é uma adaptação dos palcos, em alguns momentos bastante teatrais. Se é uma falha ou intencional não posso afirmar, de qualquer forma há quem fique incomodado o estilo dos palcos.

Familiar, divertido, com momentos de tensão e curiosamente surpreendente (em alguns momentos), Caminhos da Floresta não deve desagradar aqueles que gostam do gênero. Simpatizantes vão desfrutar de duas horas divertidas com um belo visual e elenco afinado. Mas não se espante, sempre haverão os desistentes*, desavisados ou odiadores de musicais que abandonarão a sala tanchando a produção de de insuportável.

Caminhos da Floresta (Into the Woods)
EUA - 2014 - 125min
Musical/Fantasia

*P.S.: Uma Dica: o cinema geralmente tem folhetos com a sinopse e gênero das produções. Essas informações também estão disponíveis na internet, e mesmo nos horários publicados no bom e velho jornal. LEIAM! Ou a menos façam uma forcinha e fiquem até o fim se o gênero desagradar. Afinal, ingresso está caro demais para abandonar a sessão no meio!!!

2 Comentários

  1. Achei muito fraco. As músicas são chatas e o terceiro ato é extremamente desnecessário e decepcionante. As atuações e o visual valem o ingresso.

    http://filme-do-dia.blogspot.com.br/

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  2. Eu gostei, mas tenho consciencia de que é um estilo de musical q não agrada todos!

    Obrigada pela visita!

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